O CIMO é um centro de investigação multidisciplinar dedicado às áreas de montanha e tem como objectivos estudar e valorizar os recursos naturais, os ecossistemas florestais e agrícolas, e os produtos locais tendo em vista o desenvolvimento económico, social e ambiental sustentável destas áreas.
Actualmente, o CIMO é composto por 137 membros, 60 dos quais possuem o grau de doutoramento, distribuídos por três grupos de investigação: Marginal Land Ecosystem Services (MLES), Moutain Farming Systems (MFS) e Food Safety and Technology (FST). Este projecto estratégico tem como objectivo principal melhorar a capacidade científica e o desempenho do CIMO no biénio 2011-2012.
Este projecto visa, especialmente, ultrapassar os 4 principais pontos fracos identificados no relatório da última avaliação das unidades de investigação (2008): a) internacionalização, b) infra-estruturas, c) programas de PhD, e d) elevado numero de linhas de investigação.
Estes pontos fracos foram, em parte, colmatados com a adopção de medidas com impacto no período 2011-12: a) submissão de projectos no âmbito do programa FP7 (REGPOT e KBBE); b) participação na plataforma TPOrganics e na associação EUROMONTANA, colaboração com a EMBRAPA-Agrobiologia, Rio de Janeiro; c) aprovação do projecto de construção de laboratórios (LABinCIMO) a implementar no triénio 2011-2013; d) contactos prévios com outras unidades de Investigação e Universidades para o desenvolvimento de programas de doutoramento conjuntos; e) adopção de três projectos multidisciplinares e transversais aos grupos de investigação, o principal referencial actual de investigação do CIMO, e o Projecto de Desenvolvimento 2009-13, no qual se identificam e priorizam as áreas de investigação para melhorar o potencial do CIMO.
Assim, este projecto estratégico será desenvolvido com base neste referencial de investigação do CIMO, o qual foi definido tendo em consideração os pontos fortes do CIMO, bem como a necessidade de ultrapassar as limitações actuais. Por outro lado, foram também consideradas as actuais tendências de investigação em agricultura e o reconhecimento da importância das montanhas para o desenvolvimento sustentável e a necessidade de conservação dos ambientes de montanha. As politicas mundiais de desenvolvimento da agricultura apontam para a necessidade do desenvolvimento sustentável da agricultara em estreita ligação com as potencialidades agroecológicas dos diversos ambientes mundiais. Estudos recentes enfatizam a importância dos cenários baseados numa elevada riqueza de espécies, elevada diversidade de usos do solo (mosaicos), agricultura não intensiva e desenvolvimento sustentável das áreas de montanha.
Com base nos princípios chave da agroecologia e nos agroecossistemas da montanha portugueses, bem como na investigação desenvolvida no CIMO, definimos três objectivos estratégicos de investigação: i) valorizar os serviços ecossistémicos nas regiões de montanha (MLES); ii) optimização da eficiência dos agroecossistemas tendo por base o conceito de sistemas de agricultura de baixo consumo de factores de produção externos (MFS); iii) valorização dos produtos típicos de montanha (FST).
A concretização destes três objectivos estratégicos basear-se-á no desenvolvimento dos seguintes temas de investigação: i) Avaliação e valoração dos serviços ecossistémicos e do impacto dos promotores de mudança nos ecossistemas de montanha; ii) Melhoramento dos sistemas de agricultura baseados no conceito de sistemas de agricultura de baixo consumo de factores de produção externos e incrementar os processos biológicos associados à protecção das plantas; iii) Qualidade, inovação e segurança dos produtos alimentares típicos da montanha portuguesa. Para 2011-2012, as actividades específicas para o desenvolvimento destas linhas de investigação incluem, entre outras, a implantação de áreas experimentais, aquisição de equipamentos e consumíveis, colheita de dados, organização, participação e divulgação em eventos.
Os principais resultados esperados da investigação a desenvolver em 2011-2012, são:
−definição de metodologias para avaliação dos serviços ecossistémicos a múltiplas escalas;
−Identificação de promotores de mudança nas áreas de montanha;
−Incrementar a precisão das ferramentas de avaliação dos fluxos e pools de C e de dos fluxos de C;
−Técnicas inovadoras de controlo biológico;
−Melhoria das eficiência global dos agroecossistemas;
−Melhoria da qualidade e da segurança dos alimentos tradicionais;
−Melhoria da funcionalidade dos alimentos de montanha.
Os resultados obtidos serão disseminados em congressos, conferências, workshops, científicos e técnicos, bem como noutros eventos direccionados para estudantes, assim como para a comunidade em geral.
Este projecto implica um orçamento de 294 170€ para um período de dois anos, distribuídos pelas seguintes categorias: recursos humanos (28%), missões (21%), consultores (3%), prestação de serviços (19%), gastos gerais (11%) e equipamentos (18%)