Caracterização química e nutricional de grãos de Chenopodium quinoa Willd (quinoa): uma boa alternativa para produtos alimentares nutritivos
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O interesse da sociedade moderna pela prática de estüos de vida mais saudáveis tem
vindo a aumentar gradualmente, nomeadamente no que concerne à mudança dos hábitos
alimentares. Assün, tem sido evidente a preferência por alimentos que proporcionam
benefícios para a saúde e bem-estar, além de saüsfação nutricional [l]. Desta forma, as
sementes de Chenopodium quinoa WÜd (quinoa) têm mostrado possuir um elevado
valor nutricional, substitumdo os cereais comummente consumidos e apreciados [2].
Esta espécie, ao longo de vários séculos, foi cultivada nos países andinos como o Peru e a
Bolívia, no entanto, hoje em dia, o seu cultivo estendeu-se a outros países, como Austrália,
Canadá, China, Inglaterra, Índia, Itália, Paquistão, Estados Unidos, entre outros [3].
O objetivo deste estudo consistiu numa caracterização química e nutricional de 39 amostras
pertencentes às variedades mais comuns de C. quinoa (venneUia, preta e branca), provenientes
de diferentes origens (comerciais e não comerciais origmárias do Peru e da Espanha).
Para tal, o perfil nutricional foi avaliado usando metodologias oficiais de análise de
alimentos, os ácidos orgânicos através de um sistema UFLC-PDA, os açúcares livres
por HPLC-RI, os tocoferóis por HPLC-fluorescência e os ácidos gordos por GC-FID.
Os resultados obtidos revelaram a presença de muitos compostos de interesse,
tornando-se primordiais na promoção do consumo deste pseudocereal. O perfil
nutricional evidenciou a predominância do teor em hidratos de carbono e proteínas,
comparativamente com os restantes macronutrientes analisados. Por outro lado,
na determinação dos compostos hidrofílicos foram identificados vários ácidos
orgânicos, sendo os ácidos oxálico e cítrico os maioritários. Nos açúcares, verificouse
a presença de arabinose, frutose, glucose e sacarose, destacando-se este último
como maioritário. Relativamente aos compostos lipofílicos, foi analisado o teor em
tocoferóis, identificando-se as isoformas a-, -y- e ô-tocoferol, e o perfil em ácidos
gordos, predominando os ácidos gordos insaturados, particularmente os ácidos
oleico e linoleico. Tendo em conta as diferentes variedades analisadas (preta, branca e
vermelha), não se verificaram alterações estatisticamente significativas na maioria dos
parâmetros avaliados.
Assim, foi demonstrado que as sementes de quinoa são, claramente, lima excelente
escolha para a dieta dos consumidores, exibindo compostos nutritivos mas também
moléculas de elevado interesse, como tocoferóis e alguns ácidos orgânicos que promovem
benefícios bioativos para o organismo. Deste modo, este pseudocereal assume uma
posição de excelência, comparada a outros cereais consumidos com maior frequência,
representando um ingrediente promissor para muitos usos na indústria de alimentos.
Os autores agradecem à Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT, Portugal) e
ao FEDER no âmbito do programa PT2020 pelo apoio financeiro ao CIMO (UID/AGR/00690/2013), pêlos
contratos de L. Barras e U. Gonzales-Barron.