Análise longitudinal das modificações no perfil biomecânico de nadadores de elite e o seu impacto na performance ao longo da época desportiva
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Diversos estudos têm sido realizados
no sentido de determinar os factores
que mais e melhor predizem a performance
em natação pura desportiva.
A área da Biomecânica tem vindo
a ser apontada como determinante
para alcançar elevados níveis de rendimento
neste desporto. Contudo, a
maioria dos estudos neste âmbito
são desenhos transversais, não tendo
em vista as variações no perfil dos
nadadores tomando em consideração
o factor temporal.
O estudo teve como objectivo analisar as modificações nos pressupostos biomecânicos de
nadadores de elite e o seu impacto na performance ao longo de uma época desportiva. Foram
analisados 10 nadadores portugueses masculinos (4 de nível internacional 6 de nível nacional) em
três momentos distintos correspondentes a Dezembro (M1), Março (M2) e Julho (M3) da época
desportiva de 2009-2010. Os parâmetros biomecânicos foram obtidos com recurso a um teste
incremental de 7 x 200 m Crol em piscina de 50 m. Para ser possível comparar todos os sujeitos à
mesma intensidade d esforço, procedeu-se à relativização dos parâmetros biomecânicos segundo a
velocidade das 4mmol.L de lactato sanguíneo (V4). Foram determinadas: (i) distância de ciclo
(DC); (ii) frequência gestual (FG); (iii) índice de nado (IN) e; (iv) eficiência propulsiva. Em
nenhuma das variáveis se verificaram diferenças com significado estatístico ao longo da época
desportiva. A comparação entre momentos apenas demonstrou diferenças no IN dos nadadores
nacionais de M2 para M3 (INM2 = 3,78 ± 0,26 m2.c-1.s-1; INM3 = 3,88 ± 0,22 m2.c-1.s-1; P = 0,05). Na
comparação inter-grupal, a performance dos nadadores internacionais foi significativamente
melhor em todos os momentos: M1 (PerfInt: 115,38; PerfNac: 121,43; P=0,03), M2 (PerfInt: 115,85;
PerfNac: 121,25; P=0,03) e M3 (PerfInt: 115,18; PerfNac: 121,41; P=0,02). Foram ainda
verificados valores perto da significância estatística para o IN em M1 (INInt:4,12, INNac:3,75;
P=0,06) e M3 (INInt:4,22, INNac:3,88; P=0,07). Desta forma, parece não se darem modificações
significativas no padrão biomecânico de nadadores de elite ao longo da época desportiva. No
entanto o IN poderá ser o responsável pela melhoria na performance e determinante na transição de
um patamar nacional para um internacional