Valorização do mel de urze (Erica spp.) português: caracterização físico-química e avaliação da atividade antioxidante
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O mel é um alimento natural bastante valorizado pelos consumidores pelas suas propriedades nutritivas e
terapêuticas. O mel de urze, proveniente da floração de urzes (Erica spp.), é um produto apícola característico das
terras altas e montanhosas de Portugal. Carateriza-se por ser um mel de cor escura, consistência densa, aroma
intenso e persistente, com um gosto ligeiramente amargo próprio do néctar de urze. Este trabalho teve como
objetivo contribuir para a valorização do mel de urze (Erica spp.) português através da avaliação dos seus
parâmetros de qualidade.
O mel é um alimento natural bastante valorizado pêlos
consumidores pelas suas propriedades nutritivas e terapêuticas. Produzido
pelas abelhas a partir do néctar de flores, de secreções de partes vivas de
plantas ou de excreções de insectos sugadores de plantas, a sua composição
é complexa e variável dependendo da sua origem [l]. O mel de urze,
proveniente da floração de urzes (Erica spp. ), é um produto apfcola
característico das terras altas e montanhosas de Portugal. Carateriza-se por
ser um mel de cor escura, consistência densa, aroma intenso e persistente,
com um gosto ligeiramente amargo próprio do néctar de urze. E um mel
intensamente mineralizado e rico em compostos fenólicos pelo que possui
uma maior capacidade antioxidante que o distingue de outros méis.
Este trabalho teve como objetivo contribuir para a valorização do mel de urze
(frico spp. ) português através da avaliação dos seus parâmetros de qualidade
do mel. Para isso avaliaram-se os parâmetros físico-químicos (humidade, pH,
acidez, condutividade, cor, HMF, índice diastásico, prolina, e composição
fenólica) e a atividade antioxidante (poder redutor e bloqueador de radicais
livres) de 12 amostras de mel de urze (Erica spp.) provenientes de seis áreas
geográficas distintas de Portugal. Os méis estudados apresentaram uma cor
situada entre âmbar claro a âmbar escuro, com um teor de humidade entre
14,1 e 17,5% e valores de HMF baixos a médios. Estes méis têm uma acidez
mais elevada, relacionada com a presença de ácidos orgânicos, frequente em
méis escuros e uma condutividade média a elevada, indicativo da sua alta
mineralização. Para alem disso, apresentaram um alto conteúdo natural em
enzimas com valores entre 12 e 19 DN. Ao nível da composição fenólica, e
como é frequentemente verificado para os méis escuros, o teor em
compostos fenólicos é elevado, refletindo-se numa atividade antioxidante
também elevada. Através da técnica de LC-MS foi possível efetuar uma caracterização específica do perfil fenólico, identificando-se 20 compostos,
entre ácidos fenólicos (ácido p-hidroxibenzóico e seus derivados, ácido
salicílico, ácido cafeico e ácido cumárico), flavonóides (quercetina e seus
derivados, pinobanksina e seus derivados, campferol e seus derivados, crisina,
pinocembrina e galangina) e o ácido abscísico em conjunto com dois dos seus
isómeros, sendo estes últimos os mais abundantes, e descritos na literatura
como marcadores para este tipo de mel [2].
Os autores agradecem à Fundação para a Ciência e
Tecnologia (FCT, Portugal) e ao FEDER sob o programa PT2020 pelo
financiamento ao CIMO (UID/AGR/00690/2013).
Os autores agradecem à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT, Portugal) e ao FEDER sob o programa PT2020 pelo financiamento ao CIMO (UID/AGR/00690/2013).