A educação não-formal desenvolve-se fora do contexto de sala de aula, o que nem sempre significa que se processa fora da escola, pois, como refere Palhares (2009), “nos espaços e tempos escolares coexistem processos e actividades de natureza não-formal” (p. 55). A diversidade de contextos e espaços de educação não-formal é extensa e variada, integrando, por exemplo bibliotecas escolares, museus, espaços lúdicos, atividades de tempos livres, entre outros. Assistimos atualmente a uma proliferação de iniciativas, cada vez mais visíveis, de desenvolvimento de processos formativos em espaços não convencionais de ensino e aprendizagem. Estes novos cenários de intervenção demandam práticas educativas centradas na própria criança e que perspetivem a sua participação como um direito e exercício de cidadania. Conscientes desta problemática há a preocupação de incluir, na formação inicial de educadores e professores, espaços de reflexão e ação sobre estes contextos de diversificação educativa. A Licenciatura em Educação Básica (LEB), na Unidade Curricular de Iniciação à Prática Profissional I, que se estuda, procura proporcionar aos estudantes a possibilidade de observar, cooperar e intervir em contextos de natureza não-escolar, promovendo saberes que lhes permitam construir uma visão global sobre as crianças e os seus contextos de vida e aprendizagem, desenvolvendo competências para a ação em campos relacionados com a educação escolar e não-escolar especificamente em ambientes não-formais. Tendo como objetivo compreender as perceções dos estudantes sobre a integração desse tipo de atividades no curso, procedemos à sua inquirição
através de um inquérito por questionário. O estudo traduz uma preocupação com a ampliação das oportunidades de educação das crianças, além da escola e a partir dela, reconhecendo os estudantes que as práticas em contextos nãoescolares podem contribuir para diversificar o leque de aprendizagens das crianças e de si próprios enquanto profissionais de educação.