Potencial antioxidante de espécies de cogumelos silvestres comestíveis dos géneros Amanita e Russula. Conference Paper uri icon

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  • A manutenção do equilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigénio (ROS) e azoto (RNS) e as defesas antioxidantes (enzimáticas e não-enzimáticas) é uma condição essencial para o funcionamento normal do organismo. A ausência desse equilíbrio traduz-se na condição de stresse oxidativo e, nestas situações, as espécies mencionadas podem oxidar e danificar lípidos celulares, proteínas e DNA, conduzindo a várias doenças [1]. Algumas matrizes naturais com atividade antioxidante, podem auxiliar as defesas antioxidantes endógenas e, nesta perspetiva, os antioxidantes presentes na dieta podem assumir importância como possíveis agentes protetores, reduzindo os danos oxidativos [2]. Neste trabalho, avaliou-se o potencial antioxidante de quatro espécies de cogumelos silvestres comestíveis pertencentes aos géneros Amanita e Russula, provenientes de Trás-os-Montes, Nordeste de Portugal: Amanita crocea, Amanita mairei, Russula aurea e Russula virescens. A atividade antioxidante foi determinada através de quatro métodos diferentes: poder redutor, efeito captador de radicais DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazilo), inibição da descoloração do β-caroteno e inibição da peroxidação lipídica em homogeneizados cerebrais pelo ensaio TBARS (espécies reativas do ácido tiobarbitúrico). Foi ainda determinada a concentração de alguns antioxidantes nomeadamente fenóis pelo método de Folin-Ciocalteu e tocoferóis por HPLC-fluorescência. A. crocea apresentou maior teor fenólico (22.27 mg/g extrato), maior poder redutor (EC50=1.08 mg/mL) e maior capacidade captadora de DPPH (EC50=2.02 mg/mL). R. virescens, a segunda espécie com maior teor fenólico, demonstrou maior inibição da peroxidação lipídica, quer no ensaio da descoloração do β-caroteno (EC50=4.28 mg/mL), quer no ensaio TBARS (EC50=0.23 mg/mL). As espécies de Amanita revelaram maior concentração de tocoferóis (162 µg/100 g massa seca e 59 µg/100 g para A. crocea e A. mairei, respetivamente) do que as espécies Russula (< 50 µg/100 g). Todas as espécies apresentaram α- e γ-tocoferol, mas não apresentaram δ-tocoferol; β-tocoferol só foi detetado em R. virescens. Os resultados sugerem que, espécies de cogumelos silvestres do Nordeste de Portugal são uma potencial fonte de antioxidantes a explorar.
  • FCT e COMPETE/QREN/EU- projeto PTDC/AGR-ALI/110062/2009, projeto estratégico do CIMO (PEst-OE/AGR/UI0690/2011) e bolsa BPD/4609/2008 de L. Barros.
  • Neste trabalho, analisaram-se os nutrientes de quatro espécies de cogumelos silvestres comestíveis pertencentes aos géneros Amanita e Russula, provenientes do Trás-os-Montes, Nordeste de Portugal: Amanita crocea, Amanita mairei, Russula aurea e Russula virescens. Foram determinados os teores de humidade, lípidos, proteínas, cinzas e glúcidos, segundo procedimentos AOAC, bem como a sua contribuição energética. Foram ainda analisados os açúcares livres e os ácidos gordos por HPLC/RI e GC/FID, respetivamente. O perfil de macronutrientes obtido revelou, genericamente, que os cogumelos silvestres estudados são fontes ricas em proteínas e glúcidos, e que contêm quantidades reduzidas de lípidos. Amanita mairei foi a espécie que apresentou maior contribuição energética (396.67 kcal g/100 g massa seca). As espécies do género Russula revelaram maior concentração de açúcares livres (~20 g/100 g massa seca), com a contribuição de manitol e trealose, e maiores níveis de ácidos gordos polinsaturados (~30%) devido à contribuição do ácido linoleico. Já as espécies de Amanita apresentaram maior teor de ácidos gordos monoinsaturados (~55%) devido à contribuição do ácido oleico. Assim, os cogumelos silvestres tornam-se alimentos adequados para incluir em dietas nutricionalmente equilibradas e pouco calóricas.

publication date

  • January 1, 2012