Importância da inclusão de atividades práticas para o enriquecimento da literacia climática
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resumo
Visto que as alterações climáticas são um dos desafios a resolver no séc. XXI, a escola tem a responsabilidade de ampliar valores e comportamentos que nos definam como cidadãos ambientalmente letrados. No entanto, parece que vivemos num estado de “ignorância climática”, que afeta, para além da sociedade em geral todos os níveis de educação e de ensino, desde a educação pré-escolar ao ensino superior. Para sensibilizar e educar sobre a temática não podemos focar-nos numa forma de ensino teórico. Para além destes temas serem complexos, quando abordados são muitas vezes trabalhados apenas com base na memorização de chavões, o que pode desmotivar o interesse dos alunos. Para contrariar este facto as atividades práticas mostram-se ferramentas eficazes para promover a literacia climática. Estas atividades para além de atrativas e estimulantes devem ser diversificadas, como, por exemplo, escrita criativa, trabalhos artísticos, representações teatrais, leitura de livros, saídas de campo, entre outros. O trabalho, que se apresenta e discute nesta comunicação, vem no seguimento de um estudo, elaborado pelos autores, intitulado “Perceções de alunos dos 1.o e 2.o ciclos sobre alterações climáticas: através da sua identificação e melhoria com recurso a atividades promotoras de literacia ambiental”. Face aos resultados desse estudo, produzimos um conjunto de atividades, que promovessem o enriquecimento da literacia climática dos alunos. A planificação das atividades passa pela elaboração de um guião de exploração didática que, no momento, está a ser validado por profissionais da área. Posteriormente, iremos desenvolver as atividades, na expetativa de contribuir para o enriquecimento da literacia climática dos alunos envolvidos. Pretendemos que as atividades possam ajudar a educar os alunos sobre as alterações climáticas, causas e consequências das mesmas e formas de mitigação, contribuindo para que a temática seja abordada de forma reflexiva, crítica, inovadora e participada.
Vivemos num mundo interconectado confrontado com diversos
desafios, para os quais se têm de preparar todos os cidadãos, os mais
adultos, os mais jovens e as crianças.
Enfrentamos o constante aumento da população mundial, com todas
as consequências que ele tem trazido: a ocupação de espaços geográfi-
cos menos favoráveis, a concentração de grandes massas populacion-
ais nas cidades, bem como o esgotamento de recursos naturais e as
alterações climáticas. Acresce a estes fenómenos, que atingem o
mundo em diferentes escalas e dimensões, as assimetrias entre povos,
que intensificam os olhares sobre a diversidade cultural, social e
económica, mas também, fruto dos fluxos migratórios, conduzem à
miscigenação. As questões políticas, económicas e sociais, cada vez
mais interdependentes, fazem com que uma variação numa delas
tenha vibrações nas restantes.
O desenvolvimento tecnológico constitui outra das áreas que tem
despoletado alguns desafios na vivência societal mas, ao mesmo
tempo, se tem constituído como uma oportunidade de interação
científica, cultural, social e de abertura à criatividade e à inovação.
Testemunhamos cenários de volatilidade, de complexidade e de
incerteza, onde as pandemias, as guerras, as ameaças climáticas, entre
outros fenómenos, interligam as comunidades e criam a necessidade
de definir estratégias mundiais concertadas. As palavras equidade,
sustentabilidade, transformação e inclusão, assumidas nos discursos
políticos, económicos e sociais, deverão ser realizações efetivas na
construção da cidadania global. Todo este cenário requer esforços
deliberados e contínuos de partilha de experiências, de ideias e de
criatividade, no sentido de criar um entendimento que permita
aumentar a confiança das pessoas e das comunidades.
O INCTE’23, já na sua 7.ª edição, como Encontro com afirmação
nacional e internacional, está empenhado, mais uma vez, na reflexão
sobre esta realidade e os seus impactos em contexto educativo, bem
como na prossecução dos seus principais objetivos:
• Problematizar as estruturas curriculares da formação de educadores
e professores;
• Debater propostas didáticas inovadoras no âmbito da formação para
a docência;
• Refletir sobre as práticas formativas nos diversos contextos;
• Analisar o contributo da formação na dinamização das instituições;
• Promover o diálogo entre os diferentes intervenientes na formação
numa perspetiva de educação para o desenvolvimento;
• Debater práticas de formação no ensino superior.
Além disso, a temática “Desafios na Formação de Professores e nas
Escolas num Mundo Interconectado” constitui-se como um meio de
estimular a partilha entre professores e educadores, formadores de
formadores e investigadores sobre outras formas de educar, no
respeito pela pluralidade, pela natureza, o desenvolvimento do
pensamento crítico e informado, a flexibilidade e adequação a novas
realidades, em situações incertas e cenários instáveis.
Por todos estes desafios lançados, endereçamos o convite a todos os
interessados em contribuir para a discussão destas temáticas, que
continuam a revelar-se tão oportunas e pertinentes no mundo em que
vivemos.