Bee venom (BV) or apitoxin is an apiculture product that has been used since ancient times for several applications
namely in the traditional medicine apitherapy. It is a complex mixture of substances responsible for different bioactive
properties. In the present work, five bee venom samples obtained from Apis mellifera iberiensis from two different apiaries
in Bragança (Aveleda and Milhão) were chemically characterized and evaluated for their antioxidant, anti -inflammatory
and cytotoxic properties. The LC/DAD/ESI -MSn analysis of the samples showed that melittin was the most abundant
compound, followed by phospholipase A2 and apamin. All the samples revealed antioxidant activity, measured by the
free radicals scavenging activity, reducing power and lipid peroxidation inhibition, and anti -inflammatory activity,
determined by the capacity to inhibit NO formation in murine macrophages (RAW 264,7). However, it was not observed
a direct relation between the mentioned bioactive properties and the chemical profile (qualitative or quantitative) of the
samples. The results highlight that there are specific concentrations in which these compounds are more active (e.g., in the single sample obtained from Aveleda apiary). The BV samples also showed similar cytotoxicity for all the tested
tumor cell lines (MCF -7, NCI -H460, HeLa and HepG2), being MCF -7 (breast carcinoma) and HeLa (cervical carcinoma)
the most susceptible ones. Nevertheless, the studied samples seem to be not suitable to treat breast, hepatocellular and
cervical carcinoma because at the active concentrations, the samples were also toxic for non -tumor cells (porcine liver
primary culture, PLP2). Regarding the non -small lung cell carcinoma, BV should be used under the concentration toxic
for non -tumor cells. Overall, the present study corroborates the enormous bioactive potential of BV being the first report
on samples from Portugal.
O veneno de abelha (VA) ou apitoxina é um produto apícola que tem sido utilizado desde os tempos ancestrais para
múltiplas finalidades, nomeadamente em medicina tradicional na apiterapia. Trata -se de uma mistura complexa de
substâncias que lhe conferem propriedades bioativas. No presente trabalho, analisaram -se cinco amostras de VA obtidas
a partir de Apis mellifera iberiensis de dois apiários diferentes (Aveleda e Milhão, na região de Bragança). Foram, caracterizadas
quimicamente e avaliadas quanto às suas propriedades antioxidantes, anti -inflamatórias e citotóxicas. A análise
das amostras por LC -DAD -ESI/MSn demonstrou que a melitina (MEL) era o composto maioritário, seguido da fosfolipase
A2 (PLA2) e da apamina (APA). Todas as amostras demonstraram atividade antioxidante, medida pela capacidade
captadora de radicais livres, poder redutor e inibição da peroxidação lipídica, e anti -inflamatória, determinada pela
capacidade de diminuir a formação de NO em macrófagos de rato (RAW 264,7). No entanto, não foi observada uma
relação direta entre as propriedades bioativas mencionadas e o perfil químico (qualitativo ou quantitativo) das amostras.
Os resultados obtidos evidenciam, sim, que existem concentrações específicas, nas quais estes compostos são mais ativos
(e.g., presentes na única amostra obtida no apiário de Aveleda). As amostras de VA demonstraram também propriedades
citototóxicas semelhantes para todas as linhas celulares tumorais testadas (MCF -7, NCI -H460, HeLa e HepG2),
sendo as linhas MCF -7 (carcinoma de mama) e HeLa (carcinoma cervical) as mais suscetíveis. Apesar disso, as amostras
estudadas parecem não ser adequadas para o tratamento de carcinoma de mama, hepatocelular e cervical porque, nas
concentrações ativas, as amostras também foram tóxicas para células não tumorais (cultura primária de células de fígado
de porco, PLP2). Relativamente ao carcinoma do pulmão, o VA deve ser utilizado abaixo da concentração tóxica para
as células não tumorais. Em geral, o presente estudo evidenciou o enorme potencial bioativo do VA, sendo o primeiro
trabalho realizado com amostras Portuguesas.
À Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT,
Portugal) pelo suporte financeiro ao CIMO