Potencial antioxidante de Stevia rebaudiana Bertoni cultivada em Portugal e conservada em diferentes condições térmicas
Artigo de Conferência
Visão geral
Visão geral
resumo
A procura de adoçantes naturais tem vindo a ganhar cada vez mais importância devido à grande
controvérsia associada à utilização de alguns adoçantes artificiais nomeadamente, ciclamatos,
aspartame e acesulfame-K. Os glucósidos de esteviol (E 960) constituem um grupo de adoçantes
naturais de utilização generalizada, sendo obtidos a partir de Stevia rebaudiana Bertoni, uma planta
nativa da América do Sul [1]. No entanto, a referida planta contém outros potenciais de utilização que
devem ser explorados, nomeadamente associados à sua capacidade antioxidante.
Esta planta já é produzida em Portugal, no entanto, são necessários estudos que comprovem que a
sua composição química se mantém independentemente das condições de cultivo.
Neste trabalho, utilizaram-se amostras de Stevia cultivadas em Bragança num ensaio de campo com
condições de cultivo definidas e, que após colheita, foram submetidas a dois tratamentos de
conservação diferentes: em fresco (-20ºC) e desidratadas (30ºC). Foi avaliada a sua atividade
antioxidante (efeito captador de radicais livres e poder redutor), tendo sido também determinados
alguns compostos bioativos tais como fenóis e flavonoides totais (métodos espetrofotométricos),
tocoferóis (HPLC-fluorescência) e açúcares livres (HPLC-RI). Foram observadas diferenças
significativas entre as diferentes amostras. A desidratação parece favorecer a atividade antioxidante e
a concentração em fenóis e flavonoides. Já as amostras conservadas em fresco apresentaram maiores
concentrações de tocoferóis (incluindo isoformas , e ) e açúcares livres, tendo-se identificado e
quantificado oito moléculas distintas: ramnose, xilose, arabinose, frutose, glucose, sacarose, trealose
e rafinose. Os resultados confirmam que as plantas cultivadas em Bragança possuem metabolitos secundários bioativos responsáveis pela capacidade antioxidante.