O CIMO é um centro de investigação multidisciplinar dedicado às áreas de montanha e tem como objectivos estudar e valorizar os recursos naturais, os ecossistemas florestais e agrícolas, e os produtos locais tendo em vista o desenvolvimento económico, social e ambiental sustentável destas áreas.
Actualmente, o CIMO é composto por 164 membros, 76 dos quais possuem o grau de doutoramento e 45 dos quais membros integrados, distribuídos por três grupos de investigação: Marginal Land Ecosystem Services MLES, Moutain Farming Systems MFS e Food Safety and Technology FST. Este projecto estratégico tem como objectivo principal melhorar a capacidade científica e o desempenho do CIMO no ano de 2014.
Este projecto visa, especialmente, ultrapassar os 4 principais pontos fracos identificados no relatório da última avaliação das unidades de investigação 2008: a internacionalização, b infra-estruturas, c programas de PhD, e d elevado numero de linhas de investigação. Estes pontos fracos foram, em parte, colmatados com a adopção recente de medidas com impacto em 2014 como a submissão com sucesso de 4 projectos no âmbito dos programas FP7 e COST, participação na plataforma TPOrganics e na associação EUROMONTANA, participação em numerosas organizações e redes, colaboração com a EMBRAPA-Agrobiologia, Rio de Janeiro, construção de laboratórios LABinCIMO, a concluir em 2014, contactos prévios com unidades de Investigação e Universidades para desenvolvimento de programas de doutoramento, adopção de 3 projectos multidisciplinares e transversais aos grupos de investigação, e o Projecto de Desenvolvimento 2009-13, no qual se identificam e priorizam as áreas de investigação para melhorar o potencial do CIMO. Em 2013 o CIMO submeteu o seu Plano Estratégico para 2015-20 à FCT que contribuiu também para este projeto para 2014.
Assim, este projecto estratégico será desenvolvido com base neste referencial de investigação do CIMO, o qual foi definido tendo em consideração os pontos fortes do CIMO, bem como a necessidade de ultrapassar as limitações actuais. Por outro lado, foram também consideradas as actuais tendências de investigação em agricultura e o reconhecimento da importância das montanhas para o desenvolvimento sustentável e a necessidade de conservação dos ambientes de montanha. As politicas mundiais de desenvolvimento da agricultura apontam para a necessidade do desenvolvimento sustentável da agricultara em estreita ligação com as potencialidades agroecológicas dos diversos ambientes mundiais. Estudos recentes enfatizam a importância dos cenários baseados numa elevada riqueza de espécies, elevada diversidade de usos do solo mosaicos, agricultura não intensiva e desenvolvimento sustentável das áreas de montanha.
Com base nos princípios chave da agroecologia e nos agroecossistemas da montanha portugueses e na investigação desenvolvida no CIMO, definimos três objectivos estratégicos de investigação: i valorização dos serviços ecossistémicos nas regiões de montanha MLES; ii optimização da eficiência dos agroecossistemas tendo por base o conceito de sistemas de agricultura de baixo consumo de factores de produção externos MFS; e iii valorização dos produtos típicos de montanha FST.
A concretização destes três objectivos estratégicos basear-se-á no desenvolvimento dos temas de investigação: i Avaliação e valoração dos serviços ecossistémicos e do impacto dos promotores de mudança nos ecossistemas de montanha; ii Melhoramento dos sistemas de agricultura baseados no conceito de sistemas de baixo consumo de factores de produção externos e incrementar os processos biológicos associados à protecção das plantas; iii Qualidade, inovação e segurança dos produtos alimentares típicos da montanha portuguesa. Para 2014, as actividades específicas para o desenvolvimento destas linhas incluem, entre outras, a implantação de áreas experimentais, aquisição de equipamentos e consumíveis, colheita de dados, organização, participação e divulgação em eventos.
Os principais resultados esperados da investigação a desenvolver em 2014 são:
−definição de metodologias para avaliação dos serviços ecossistémicos a múltiplas escalas;
−Identificação de promotores de mudança nas áreas de montanha;
−Incrementar a precisão das ferramentas de avaliação dos fluxos e pools de C e de dos fluxos de C;
−Técnicas inovadoras de controlo biológico;
−Melhoria das eficiência global dos agroecossistemas;
−Melhoria da qualidade e da segurança dos alimentos tradicionais;
−Melhoria da funcionalidade dos alimentos de montanha.
Os resultados obtidos serão disseminados em congressos, conferências, workshops, científicos e técnicos, bem como noutros eventos direccionados para estudantes, assim como para a comunidade em geral.
Este projecto implica um orçamento de 93 194€ para 2014, distribuído pelas seguintes categorias: rec. humanos 43%, missões 18%, consultores 5%, aquisição de bens e serviços 8%, gastos gerais 16% e equipamentos 11%.