A insegurança alimentar é um problema complexo e que engloba vários fatores nomeadamente os sociodemográficos. Para além disso, esta situação está associada a efeitos prejudiciais à saúde devido a circunstâncias como a ingestão alimentar inadequada e consequente surgimento de doenças crónicas, problemas de saúde mental, entre outros. Objetivos: Determinar a associação entre os fatores sociodemográficos e a situação de segurança alimentar em agregados familiares apoiados pelo Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC). Material e Métodos: Estudo transversal, observacional, quantitativo e analítico, realizado na Santa Casa da Misericórdia de Vieira do Minho a uma amostra de 71 pessoas beneficiárias do POAPMC. Foi aplicado um questionário sobre fatores sociodemográficos e uma escala de insegurança alimentar. O estudo analítico envolveu testes de associação nomeadamente o teste do Qui-quadrado Pearson e o teste de Spearman. Resultados: A insegurança alimentar verificou-se em 74,6% dos inquiridos, 14,1% na forma grave, 22,5% na moderada e 38,0% na ligeira. Segundo o teste de Spearman, a variável sociodemográfica que mostrou associação com a situação de segurança alimentar foi o nível de escolaridade concluído (Ró = -0,23, p = 0,050;). Essa correlação é negativa, ou seja, à medida que aumenta o nível de instrução, diminui o nível de insegurança alimentar. Conclusões: O nível de escolaridade parece estar associado à situação de segurança alimentar dos beneficiários do POAPMC. Assim, os resultados deste estudo, mostram que o nível de escolaridade de cada beneficiário deve ser considerado na constituição de novas políticas públicas.