Análise de compostos nutricionais e bioativos em partes vegetativas silvestres de Fragaria vesca L. obtidas por cultura in vitro Conference Paper uri icon

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  • A espécie Fragaria vesca L. é especialmente consumida e apreciada pelos seus frutos pequenos e doces. No entanto, as suas partes vegetativas têm vindo a ser descritas como fontes importantes de macro e micronutrientes e também de compostos fenólicos (procianidinas e derivados de ácido elágico e hidroxicinamoil) com elevada atividade antioxidante [1, 2]. A crescente procura por produtos naturais com valor nutricional e, simultaneamente, propriedades bioativas requer inovação na forma como se pode obter este tipo de produtos, nomeadamente protegendo as populações silvestres de onde são extraídos e evitando a competição directa com culturas utilizadas na alimentação humana [3] . A cultura de células e tecidos surge como uma técnica viável para a produção de metabolitos secundários, sendo por isso uma alternativa sustentável e ecológica para a obtenção de espécies em risco mas também para a preparação de extratos e compostos bioativos que possam ser, posteriormente, aplicados na área farmacêutica/médica e/ou na indústria alimentar (considerada segura pela FAO) [5]. No presente trabalho, as partes vegetativas de F. vesca foram obtidas em cultura in vitro e, posteriormente, caracterizadas em termos de macronutrientes (métodos AOAC), ácidos gordos (GC-FID), açúcares, ácidos orgânicos, tocoferóis e compostos fenólicos (HPLC acoplado a um detector RI, DAD, fluorescência e DADESI/ MS, respetivamente), como também em relação à sua atividade antioxidante. Estes estudos foram realizados a partir dO material vegetalliofilizado e de extratos hidrometanólicos e aquosos (infusões e decocções). No estabelecimento das culturas, realizaram-se repicagens com intervalos de 4 semanas. A cada repicagem, as partes vegetativas foram recolhidas e caracterizadas, tendo-se obtido maiores conteúdos em proteínas, ácidos gordos, açúcares, ácidos orgânicos (incluindo o ácido ascórbico) e tocoferóis (maioritariamente a-tocoferol) do que com nas partes silvestres recolhidas em campo e também estudadas pelo nosso grupo de investigação [2]. Para além destes resultados, os extratos hidrometanólicos das amostras obtidas por cultura in vitro revelaram maior atividade antioxidante do que as amostras de F. vesca recolhidas em campo [4]. Pelo contrário, apesar do perfil fenólico ser semelhante ao observado nessas amostras, foram detectadas menores concentrações de compostos fenólicos. Serão necessários estudos posteriores para averiguar se esta limitação na acumulação de compostos fenólicos poderá ser ultrapassada pela elicitação da cultura. Com este trabalho, pretendeu-se explorar a cultura in vitro como uma ferramenta biotecnológica muito interessante para obtenção de fitoquímicos com potencial aplicação em diferentes sectores industriais.
  • À Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e ao FEDER {P rograma PT2020) pelo apoio financeiro ao CIMO {UID/AGR/00690/2013) e pelo contrato de L. Barros. Ao projeto lnterreg Espanha-Portugal {0377 _lberphenoi_6_E). Ao GIP-USAL (Governo Espanhol através do projeto AGL2015-64522-C2-2-R).

publication date

  • January 1, 2017