A composição química da feromona de alarme produzida pela abelha ibéria (Apis mellifera Iberiensis)
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As abelhas, como a maioria dos insectos sociais, produzem feromonas que controlam
parcialmente muitos aspectos comportamentais e fisiológicos individuais e da colónia,
como a resposta de alarme, orientação e o controlo da rainha sobre as obreiras [1]. A
feromona de alarme é um dos elementos-chave no comportamento defensivo das
abelhas. O “aroma a banana” destes voláteis, presentes na colmeia quando esta é
perturbada, é facilmente reconhecido pelos apicultores. Esta feromona é constituída
por uma mistura complexa de compostos produzidos maioritariamente nas glândulas
de Koschevnikov e nas bainhas do ferrão, sendo acumulada na membrana setosa, o
que permite uma rápida dispersão sempre que o ferrão é libertado. Mais de quarenta
compostos foram já identificados, entre os quais compostos oxigenados, bastante
voláteis, envolvidos na sinalização do alarme. Esta complexidade química cria uma
assinatura única para esta feromona, sendo específica para cada tipo de abelha [2].
Neste trabalho pretendeu-se analisar a feromona de alarme emitida pelas obreiras da
abelha ibérica (Apis mellifera iberiensis) procedendo-se à otimização do processo de
extração e análise da feromona. Para isso, foram removidos e extraídos os aparelhos
do ferrão de abelhas recolectoras capturadas à entrada de colónias de abelhas
ibéricas provenientes de um apiário experimental situado em Nogueira (Bragança).
Após a extração, efetuou-se a análise por cromatografia gasosa acoplada a
espectrometria de massa (GC-MS) onde foram identificados cerca de 20 compostos,
entre os quais o, álcool benzílico, o octanol, o 2-nonanol, acetato de isopentilo, o
eicosenol, o 2-decenol e o ácido 9- octadecenóico, sendo estes últimos descritos pela
primeira vez em feromonas de Apis mellifera. O acetato de isopentilo e o eicosenol
são os principais responsáveis pelo desencadear da resposta ao comportamento de
alarme.
Soraia I. Falcão agradece à FCT pela bolsa Post-Doc SFRH/BPD/118987/2016. Os
autores agradecem à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT, Portugal) e ao
FEDER sob o programa PT2020 pelo financiamento ao CIMO
(UID/AGR/00690/2013).