Políticas educativas e capacitação docente: A voz de futuros professores Conference Paper uri icon

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  • As medidas de educação inclusiva e de flexibilização curricular surgem em Portugal num contexto de gerencialismo na abordagem à administração do sistema educativo, mas comportam uma perspectiva democratizante da escola através de uma perspetiva que estimule mais a gestão integrada do conhecimento e implemente uma intervenção multinível, no interior de uma organização baseada no ensino fragmentado de matérias curriculares a grupos de alunos tendencialmente homogeneizados. Estas medidas retomam promessas da modernidade que a escola não desiste de prometer que está ao seu alcance cumprir e que a legitimam como instância simultaneamente reprodutora e transformadora da sociedade em que se insere. Elas implicam transformações na organização do ensino-aprendizagem e no trabalho docente e estas transformações devem ter impacto na formação de professores, na formação contínua e na formação inicial. O nosso estudo, de natureza exploratória, visa compreender o impacto desta orientação de política educativa na formação inicial, auscultando os alunos que terminaram o curso de formação de professores em 2020, para identificar a sua recetividade à ideia de Escola Para Todos, reconhecer traços da sua socialização na docência enquanto discentes e problematizar a sua preparação nas metodologias ativas e participativas e na diferenciação do ensino. Os dados recolhidos apontam para a recetividade generalizada da ideia de Escola Para Todos, o entrelaçamento de conceções de uniformização e de diferenciação do processo de ensino-aprendizagem e a tensão entre a obediência às orientações prescritas e a autonomia do professor enquanto gestor curricular. Apontam ainda para a socialização dos futuros professores num ensino predominantemente transmissivo, em que as pedagogias ativas e participativas são remetidas para a sensibilidade do professor ou para a especificidade de áreas curriculares, sobretudo ligadas às didáticas e à prática de ensino supervisionada.
  • As medidas de educação inclusiva e de flexibilização curricular surgem em Portugal num contexto de gerencialismo na abordagem à administração do sistema educativo, mas comportam uma perspetiva democratizante da escola através de uma abordagem que estimule mais a gestão integrada do conhecimento e implemente uma intervenção multinível, no interior de uma organização baseada no ensino fragmentado de matérias curriculares a grupos de alunos tendencialmente homogeneizados. Estas medidas retomam promessas da modernidade que a escola não desiste de prometer que está ao seu alcance cumprir e que a legitimam como instância simultaneamente reprodutora e transformadora da sociedade em que se insere. Elas implicam transformações na organização do ensino-aprendizagem e no trabalho docente e estas transformações devem ter impacto na formação de professores, na formação contínua e na formação inicial. O nosso estudo, de natureza exploratória, visa compreender o impacto desta orientação de política educativa na formação inicial, auscultando estudantes que terminaram o curso de formação de professores em 2020, para identificar a sua recetividade à ideia de Escola Para Todos, reconhecer traços da sua socialização na docência enquanto discentes e problematizar a sua preparação nas metodologias ativas e participativas e na diferenciação do ensino. Os dados recolhidos apontam para a recetividade generalizada da ideia de Escola Para Todos, o entrelaçamento de conceções de uniformização e de diferenciação do processo de ensino-aprendizagem e a tensão entre a obediência às orientações prescritas e a autonomia do professor enquanto gestor curricular. Apontam ainda para a socialização dos futuros professores num ensino predominantemente transmissivo, em que as pedagogias ativas e participativas são remetidas para a sensibilidade do professor ou para a especificidade de áreas curriculares, sobretudo ligadas às didáticas e à prática de ensino supervisionada.

publication date

  • July 1, 2021