Ensino e aprendizagem de álgebra linear: não vai dar primeiro a teoria?!
Conference Paper
Overview
Research
Additional Document Info
View All
Overview
abstract
As unidades curriculares de matemática no ensino superior são muitas vezes pautadas pelo insucesso. A álgebra linear não é exceção, já que é uma fonte de dificuldades para muitos alunos desse nível de ensino, como corroboram algumas investigações nacionais e internacionais. Perante este panorama, é importante que os professores do ensino superior reflitam sobre as alterações que podem promover nas suas práticas de sala de aula, de forma a contribuir para a melhoria das aprendizagens dos alunos. Com este objetivo, desenvolveu-se uma experiência com uma turma de alunos, que estavam a frequentar a unidade curricular de álgebra linear e geometria analítica, em que se pretendeu promover um ensino menos transmissivo, mais centrado nos alunos, e que os incentivasse a serem participantes ativos na construção do seu conhecimento. Assim, a maioria das aulas teve como base as seguintes estratégias: (i) Os alunos eram informados sobre os temas que iam ser abordado, sendo convidados a fazerem uma leitura prévia dos apontamentos; (ii) Na generalidade das fichas de trabalho, ou constavam diretamente as informações teóricas necessárias para a resolução das questões ou as perguntas eram apresentadas com uma sequência que conduzisse ao conceito/procedimento que se queria desenvolver; (iii) Os exercícios eram, habitualmente, resolvidos em grupo; (iv) Sempre que surgiam dúvidas comuns aos vários grupos havia um esclarecimento para toda a turma, sendo os alunos convidados a colocarem as suas questões. A reflexão sobre a experiência realizada, para além das notas de campo da professora, como observadora participante, baseou-se num questionário final, que teve como intuito auscultar a opinião dos alunos sobre a metodologia utilizada nas aulas. A maior parte dos alunos, que respondeu ao questionário, concorda ou concorda totalmente que teve uma participação mais ativa nas aulas (78,8%) e que as estratégias implementadas foram importantes para a sua aprendizagem, dando maior destaque ao trabalho em grupo (93,9%) e ao debate em grande grupo (93,9%). Embora a maioria dos alunos concorde ou concorde totalmente que serem eles a tentar interpretar os conceitos/procedimentos, de que precisavam para responder às questões, fez com que desenvolvessem a sua capacidade de raciocínio (87,9%) ou que entendessem melhor os conceitos (54,5%), ainda subsiste um apego significativo ao método expositivo, pois mais de metade dos alunos (60,6%) preferia que tivesse havido mais aulas desse tipo.
As unidades curriculares de matemática no ensino superior são muitas vezes pautadas pelo insucesso. A álgebra linear não é exceção, já que é uma fonte de dificuldades para muitos estudantes desse nível de ensino, como corroboram algumas investigações nacionais e internacionais. Perante este panorama, é importante que os professores do ensino superior reflitam sobre as alterações que podem promover nas suas práticas de sala de aula, de forma a contribuir para a melhoria das aprendizagens dos estudantes. Neste sentido, desenvolveu-se uma experiência com uma turma de estudantes, que estavam a frequentar a unidade curricular de Álgebra Linear e Geometria Analítica, em que se pretendeu promover um ensino menos transmissivo, mais centrado nos estudantes, e que os incentivasse a serem participantes ativos na construção do seu conhecimento. Assim, a maioria das aulas teve como base as seguintes estratégias: (i) Os estudantes eram informados sobre os temas que iam ser abordados, sendo convidados a fazerem uma leitura prévia dos apontamentos; (ii) Na generalidade das fichas de trabalho, ou constavam diretamente as informações teóricas necessárias para a resolução das questões ou as perguntas eram apresentadas com uma sequência que conduzisse ao conceito/procedimento que se queria desenvolver; (iii) Os exercícios eram, habitualmente, resolvidos em grupo; (iv) Sempre que surgiam dúvidas comuns aos vários grupos havia um esclarecimento para toda a turma, sendo os estudantes convidados a colocarem as suas questões. A reflexão sobre a experiência realizada baseou-se num questionário final, que teve como intuito auscultar a opinião dos estudantes sobre a metodologia utilizada nas aulas. A maior parte dos estudantes, que respondeu ao questionário, considera ter tido uma participação mais ativa nas aulas e que as estratégias implementadas foram importantes para a sua aprendizagem, dando maior destaque ao trabalho em grupo e ao debate em grande grupo. Embora a maioria concorde que terem sido eles a tentar interpretar os conceitos/procedimentos, de que precisavam para responder às questões, permitiu que desenvolvessem a sua capacidade de raciocínio ou que entendessem melhor os conceitos, ainda subsiste um apego significativo ao método expositivo, pois mais de metade dos estudantes preferia que tivesse havido mais aulas desse tipo.