Estudo piloto da resposta bioenergética a diferentes ritmos respiratórios na técnica de mariposa
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Introdução e objectivos: O objectivo do presente trabalho foi o de
efectuar um estudo piloto, comparando a resposta bioenergética
à adopção de diferentes ritmos respiratórios na técnica de
Mariposa.
Material e métodos: Foram estudadas duas nadadoras e um nadador
de nível nacional (17.0±3.6 anos de idade, 159.0±12.0cm
de estatura, 56.9±10.3Kg de massa corporal e 18.0±8.9% de
massa gorda). Cada nadador efectuou, numa piscina de 25m, 3
repetições de 200m, a uma velocidade tão próxima quanto possível
da máxima. De forma aleatória, em cada repetição, os
nadadores realizaram inspirações frontais em todos os ciclo
gestuais (1:1F), uma inspiração frontal em cada dois ciclos gestuais
(1:2F) e ciclo gestuais inspirando pelo tubo de condução
de gases, mas sem a emersão da face (0:0). Avaliaram-se as trocas
gasosas e os parâmetros cardiorespiratórios através de um
oxímetro breath-by-breath (K4 b2, Cosmed, Itália). Uma válvula
de baixa resistência hidrodinâmica encontrava-se ligada ao oxímetro,
permitindo a recolha das amostras de gases a analisar
(Toussaint et al., 1987; Keskinen et al. 2003). Foram retiradas
amostras de sangue capilar da orelha antes, imediatamente
após cada 200m e 1, 3, 5 e 7 minutos depois do fim do protocolo,
para a avaliação da concentração sérica de lactato (YSI
ASPECTOS BIOLÓGICOS DO DESPORTO E DO EXERCÍCIO
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [237–274] 241
1500L, Yellow Springs, EUA). Foi utilizado um cardiofrequencímetro
para medição da frequência cardíaca (Vantage NV,
POLAR, Finlândia). Foi avaliado o consumo máximo de oxigénio
relativo (VO2-max), o consumo líquido de oxigénio (VO2-
net=VO2-max-VO2-repouso), a concentração máxima de lactato
(La-max), a concentração líquida de lactato (La-net= Lamax-
La-repouso), o quociente respiratórios (R), o volume ventilatório
(VV) e a frequência cardíaca (FC). Também foram avaliados
o dispêndio energético total (Etot) calculado com base
no VO2-net e na La-net, transformada em equivalentes de VO2
através da constante de 2.7 ml.kg.-1.mmol-1 (di Prampero et
al., 1978) e o custo energético (CE= Etot .velocidade-1).
Principais resultados e conclusões: O VO2-max foi 26.0% superior
utilizando o ritmo de 1:1F do que o ritmo de 0:0 e 7.25% superior
do que o ritmo de 1:2F. O VO2-net foi respectivamente
27.3% e 9.94% superior adoptando o ritmo 1:1F do que os ritmos
de 0:0 e de 1:2F. O ritmo que exigiu um menor Etot foi o
de 0:0, com menos 19.24% do que o 1:1F e menos 9.44% do
que o 1:2F. O CE foi substancialmente superior usando o ritmo
de 1:1F do que o ritmo de 0:0, com uma variação média de
23.8%. O VV foi superior usando o 1:1F do que o 1:2F ou o
0:0 em respectivamente, 14.57% e 3.19%. Em conclusão, a
adopção de diferentes ritmos respiratórios induzirá alterações
na resposta bioenergética ao nadar a técnica de Mariposa.
Contudo, sugere-se um estudo com uma amostra mais alargada,
procurando aferir se as tendências manifestadas no presente
estudo revelam robustez do ponto de vista estatístico.
Mesmo assim, parece que a diminuição do número de actos
inspiratórios promove uma redução dramática do Etot e do CE.
Logo, em contextos competitivos, os mariposistas terão algumas
vantagens em reduzir, tanto quanto
Na técnica de Mariposa é possível adoptar diferentes ritmos
respiratórios. É possível a realização de uma inspiração por
cada ciclo gestual (1:1), de uma inspiração por cada dois
ciclos gestuais (1:2) ou de uma inspiração por cada três
ciclos gestuais (1:3). Não obstante ser possível a utilização
esporádica de outros padrões de respiração, os ritmos
previamente descritos são os mais frequemente observados
em contexto competitivo