A Matemática é essencial para o desenvolvimento da sociedade, pode ter um forte carácter formativo e contribuir para a actualização e formação ao longo da vida.
A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação no dia-a-dia e no contexto escolar, nas suas variadas formas e potencialidades, poderá ser um forte contributo para a diminuição do insucesso escolar e, de um modo particular, para a aprendizagem da Matemática.
A importância da Internet no estudo da Matemática, nomeadamente na resolução de problemas, pode constituir uma estratégia para o aprofundamento da Matemática e um incentivo à sua aprendizagem e utilização. A apresentação de situações que conduzam à resolução de problemas tem sido e continua a ser uma das recomendações mais importantes em Educação Matemática. Existe no entanto alguma inércia no sistema de ensino de tal forma que muitos professores resistem a mudarem de práticas, persistindo nos exercícios e tarefas que em geral exigem pouco raciocínio.
Nesta apresentação pretende-se reflectir sobre uma experiência que está a ser desenvolvida no âmbito do doutoramento em Estudos da Criança, na Universidade do Minho – Braga, cujo tema é a resolução de problemas matemáticos, tendo como meio de apoio uma plataforma Web. Neste sentido será apresentado um breve resumo do projecto, seguido de fundamentação teórica, enfatizando aspectos relacionados com a metodologia e com os resultados esperados com a investigação a realizar.
Neste projecto, para além da preocupação em apreciar o efeito que o apoio disponibilizado aos alunos a partir da plataforma Moodle tem nos resultados de aprendizagem, avaliados através de instrumentos de recolha de dados construídos e validados para o efeito, numa perspectiva de recolha e análise de dados próxima de uma abordagem de investigação quantitativa, será ainda dada particular ênfase à interacção desenvolvida entre os alunos durante o processo colaborativo de ensino e aprendizagem. A análise da interacção será orientada, com uma abordagem próxima da investigação qualitativa, apreciando as publicações dos alunos nos fóruns de discussão online, no sentido de averiguar a forma de interacção predominante, tendo como ponto de partida a categorização das interacções numa das formas: monólogos, interacção convergente e interacção divergente.
Nesta fase inicial do desenvolvimento do projecto, não existem ainda muitos dados recolhidos, no entanto iremos apresentar os resultados da pilotagem do teste, aplicado a duas turmas, uma do 5.º ano e outra do 6.º ano de escolaridade, do 2.º Ciclo do Ensino Básico, num dos agrupamentos verticais de escolas do distrito de Bragança.
Analisadas as formas de interacção referidas e os resultados dos testes coloca-se o desafio de averiguar de que modo, cada uma delas pode contribuir para a construção do conhecimento matemático, nomeadamente no domínio da resolução de problemas.