Educadores de infância cooperantes: perceções sobre o processo de supervisão Conference Paper uri icon

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  • O estudo que apresentamos incide na perceção dos educadores cooperantes sobre o processo de supervisão pedagógica, nomeadamente os envolvidos nas unidades curriculares de Prática de Ensino Supervisionada e Iniciação à Prática Profissional II, no âmbito dos cursos do mestrado profissionalizante para o ensino e da licenciatura em educação Básica, respetivamente, considerando, para o efeito, o contexto de educação de infância. Tem como objetivos contribuir para a produção de um olhar crítico construtivo e, se possível, compreender que sinergias se podem construir rumo a uma lógica de transformação e de emancipação. Sublinha-se que, na última década, a qualidade na formação de professores se acentuou exigindo a centração na aprendizagem reflexiva e crítica do quotidiano da profissão e como processo colaborativo. Partindo de uma abordagem sócio construtivista e ecológica optámos por uma metodologia qualitativa, elegendo o inquérito por questionário com questões abertas como técnica central na recolha de dados junto a amostra de conveniência de 34 educadores, logo não aleatória. Recorremos à análise de conteúdo para tratamento e interpretação dos dados empíricos, tendo emergido quatro categorias: os papéis dos diferentes intervenientes do processo formativo, as relações pessoais e institucionais, o processo de reflexão e o de avaliação. A leitura dos dados, e não obstante a ocorrência de algumas divergências de opinião, releva a importância de enveredar por práticas supervisivas comedidas pela colaboração e pela partilha de conhecimentos, no quadro de uma vivência democrática e emancipatória. Relativamente às interações são percebidas como positivas, deixando antever um clima de bom entendimento e cooperação entre os diferentes atores. No que se refere ao processo de reflexão da práxis os resultados apontam para a necessidade de um maior investimento na construção de uma linguagem comum e potencialmente facilitadora do desenvolvimento pessoal e profissional de todos. Sobre o processo de avaliação salienta-se o grau de exigência, uma autonomização gradual dos formandos, bem como algumas dificuldades, dado o tempo atribuído à prática de ensino supervisionada. A análise de dados aponta essencialmente para a capacitação das estagiárias para a profissão de educador. Também emerge uma necessidade de abertura da escola formadora para evoluir no sentido de uma maior presença do supervisor institucional nos contextos e de se recriar a reflexão com o objetivo de se desenvolver uma prática de supervisão capaz de se assumir como uma comunidade que aprende e constrói conhecimento sobre si própria, rumo à mudança e inovação. O estudo remete para a importância de um contínuo investimento qualitativamente diferenciado à multiplicidade e diversidade dos contextos supervisivos.

publication date

  • January 1, 2016