Influência do regime alimentar na sintomatologia da menopausa Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • O climatério representa toda a transição da fase reprodutiva à não reprodutiva, coincidindo com a diminuição da produção adequada de estrogénio e progesterona pelos ovários. Ocorre por volta dos 45 anos e pode estender-se até aos 65 anos de idade. A menopausa é o evento que determina o fim do climatério e consiste na extinção permanente da menstruação, resultante da perda da função folicular ovariana ou à remoção cirúrgica dos ovários. Durante ambas as fases, manifestam-se profundas mudanças físicas e emocionais associadas à carência estrogénica. A sintomatologia mais comum consiste em sintomas vasomotores, como modificações do humor, calores, distúrbios do sono e sintomas decorrentes da hipotrofia genital. Em relação aos sintomas emocionais, é possível afirmar que estes são extremamente variáveis, uma vez que muitas mulheres podem ser assintomáticas e outras apresentam sintomatologia mais intensa. Algumas mulheres ainda, vivenciam-no de forma negativa apresentando vários sintomas e queixas psíquicas, entre os quais, a irritabilidade, ansiedade, depressão e as disfunções sexuais. Existem ainda repercussões observadas a longo prazo, tais como osteoporose e aumento de morbilidade cardiovascular. As alterações hormonais associadas à transição menopaúsica podem afectar também a composição corporal, havendo tendência para o aumento de peso. Classicamente a terapia de substituição hormonal (TSH) é a terapia de 1ª linha utilizada no tratamento da sintomatologia da menopausa com diversos efeitos adversos, mas ultimamente têm vindo a surgir alternativas terapêuticas à TSH com substâncias extraídas de plantas que apresentam efeito estrogénico – os fitoesterogénios. Os fitoestrogénios são estrutural e funcionalmente similares ao estradiol. São classificados em quatro grandes grupos: esteróis, terpenoides, saponinas e fenólicos. Dentro do grupo fenólico encontramos as isoflavonas, os lignanos, os coumestanos, os flavanóis, as favonas, as chalconas e os esteróis. As isoflavonas encontram-se entre as classes que possuem maior actividade estrogénica, das quais, a genistaína, a daidzeína e a gliciteína, que estão presentes no gérmen de soja, por exemplo. A soja e seus produtos são alimentos privilegiados nas dietas vegetarianas. Existem três tipos de dieta vegetariana: a pura, restrita ou total (vegan) que se baseia no consumo de produtos estritamente de origem vegetal; a lactovegetariana, que associa também o leite e os seus derivados; e a ovolactovegetariana, que permite também a ingestão de ovos, além de todos os anteriores. Segundo estudos realizados, verifica-se que os vegetarianos consomem cada vez mais soja e alimentos compostos por soja. Ao que parece, estes produtos, pela sua riqueza em proteínas, fibra e fitoesteróides, parecem ser os principais alimentos, responsáveis, mas não os únicos, pelos benefícios apontados às dietas vegetarianas, como as baixas taxas de cancro, doenças cardiovasculares, osteoporose e mortalidade e melhoria da sintomatologia da menopausa. Assim sendo, foi principal objectivo deste estudo relacionar a ingestão de alimentos tipicamente ingeridos por vegetarianas com a sintomatologia da menopausa, quer física, quer emocional.

data de publicação

  • janeiro 1, 2010