Algumas abordagens pedagógicas realçam a importância de valorizar a criança como participante ativa na sua aprendizagem, reconhecendo as suas competências de interação e comunicação, de observação, questionamento e descoberta do mundo que as rodeia. Esta perspetiva encontra o seu fundamento em diversos autores, dos quais realçamos os contributos de Dewey e Bruner relativamente à aprendizagem participativa e experiencial. A criança, neste tipo de abordagens, é designada como investigadora, aprendendo com base no questionamento que faz e seguindo um procedimento investigativo formal. Além disso, outros estudos evidenciam que, quando a criança está envolvida, está a aprender. Estas linhas concetuais serviram de suporte a este estudo que analisa o impacto das estratégias pedagógicas promotoras da descoberta e da investigação no bem-estar e envolvimento das crianças em creche, educação pré-escolar (EPE) e 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB). Para tal foram desenvolvidas e implementadas experiências de ensino-aprendizagem em três contextos: em creche, com um grupo de bebés dos quatro aos doze meses, em EPE, com um grupo de crianças de três anos, e outro grupo de crianças do 1.º CEB, com nove anos. A ação desenvolvida focalizou-se no trabalho investigativo, analisando o bem-estar e o envolvimento das crianças, nas experiências de ensino-aprendizagem realizadas. A recolha de dados foi realizada através da observação, a partir da Escala de observação do bem-estar e da Ficha de Observação das Oportunidades Educativas e de acordo com os procedimentos descritos nos manuais SICS-ZICO de Ferre Laevers e no manual Desenvolvendo a Qualidade em Parcerias de Bertram e Pascal, respetivamente. Da análise dos dados resulta que as crianças têm maiores níveis de envolvimento, questionam mais e interagem melhor quando implicadas em atividades que as impelem a agir, explorar e refletir. Salienta-se, ainda, que, se a criança estiver em ação, tem maior probabilidade de estar envolvida e, consequentemente, mais oportunidades de pensar e de aprender.
Some pedagogical approaches emphasize the importance of considering children as active participants in their learning, recognizing their competence and their ability to interact and to discover the world around them. This perspective is supported by theories developed by Dewey and Bruner that value the participatory and experiential learning. In this approach, children are considered researchers that learn from the questioning and from the activities based on formal investigative procedures. Other studies show that, when involved, children are learning. This study is supported by these conceptual guidelines, analyzing the impact of pedagogical strategies based on discovery and research in preschoolers’ involvement and in primary school involvement. For that, teaching-learning experiences were developed and implemented in three contexts: child care center, with a group of infants (4-12 moths), kindergarten, with a group of three-year-old, and primary school, with children with nine years old. Data collection was performed using Laevers’s Well-being Observation Schedule according to the procedures described in the SICS [ZICO] manual, and Bertram and Pascale's Child Tracking Observation Schedule, according to the procedures described in Effective Early Learning Project. The results highlight that children have higher levels of involvement, question more, and interact better when they are engaged in investigative tasks. Data also emphasize that children have more opportunities to think and learn.