Frutos secos de casca rija em Portugal: produção e mercados Conference Paper uri icon

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  • Esta comunicação visa compreender as dinâmicas competitivas presentes no setor dos FSCR em Portugal, em particular, dos frutos amêndoa, noz e avelã. Para tal, analisa-se a informação estatística relativas à produção, mercados e comércio externo destes frutos, no período de 2009-2018, visando detetar tendências e estabelecer correlações que permitam identificar constrangimentos e potencialidades do setor. Em 2018, os pomares dos FSCR em estudo ocupavam uma superfície de 40 mil hectares (acréscimo de 32%, face a 2009), com destaque para os pomares de amendoeira (35,5 mil ha) e nogueira (3,6 ha). Contrariamente, o pomar de aveleira apresenta menor importância e encontra-se em recessão (decréscimo de 8%, face a 2009). Globalmente, nos mercados de produção, a produção conjunta dos FSCR em análise ascende aos 25 milhões de euros (M€), média 2014-2018, maioritariamente noz (13,8 M€) e amêndoa (10,6 M€). Apesar do acréscimo significativo na produção anual de amêndoa e noz (em resultado do aumento de área e de ganhos de produtividade), o grau de autoaprovisionamento é inferior a 55%, e o país importa, anualmente, cerca de 40,7 M€, em especial, miolo de amêndoa (19,7 M€) e de noz (12 M€). A produção de noz está essencialmente focada no mercado interno, enquanto a orientação exportadora média da amêndoa ascende aos 50%. Conjuntamente, o valor das exportações anuais destes FSCR ascende aos 9,8 M€, média 2014-2018. Por fim, o consumo apresenta uma tendência global crescente, embora com alguma volatilidade. De facto, o consumo anual per capita destes frutos atingiu valores recorde, superando as 650 grs./hab./ano, em 2017, e as 590 grs./hab./ano, em 2018, de ingestão de miolo de amêndoa e noz, respetivamente. Estes níveis de capitação anuais colocam os portugueses entre os maiores adeptos do consumo de noz. Quanto ao miolo de amêndoa, são ainda inferiores aos registados na generalidade dos países da Europa ocidental. Por fim, a desaceleração de preços sentida nos mercados de produção e na exportação, no último triénio, sinaliza um certo abrandamento da procura neste setor.

publication date

  • January 1, 2019