A linguagem fácil como estratégia de acessibilidade
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resumo
A Literacia em Saúde está associada à capacidade da pessoa para gerir a sua doença nomeadamente na adesão e manutenção de
planos de reabilitação. Em Portugal, a literacia em saúde é baixa na população geral e muito baixa em faixas específicas da
população como as pessoas com baixa escolaridade e, entre estas, nas pessoas com deficiência cognitiva. Os migrantes cuja língua
materna não é o português apresentam, também, dificuldades em aceder e compreender informações complexas.
Os Enfermeiros de Reabilitação confrontam-se com esta realidade. Produzir materiais educacionais acessíveis pode garantir a
efetividade da componente educacional dos programas de reabilitação e a sua realização autónoma no domicílio.
Traduzir para linguagem fácil um folheto informativo de apoio à Reabilitação Respiratória. Validar essa tradução em três grupos
específicos
Efetuou-se a tradução para linguagem fácil de um folheto, previamente existente, e a validação da tradução através de rondas com
recurso a um painel de consultores, selecionado por conveniência, que incluiu pessoas com deficiência e incapacidade
intelectual/cognitiva, pessoas cuja língua materna não é o português e pessoas com baixa escolaridade. Foi, ainda, usado o software
de Análise de Legibilidade Textual.
Nas quatro rondas realizadas verificou-se a necessidade de introduzir explicação de palavras complexas que não podem ser
substituídas nem retiradas como, por exemplo, termos técnicos, de reduzir frases longas, usar palavras mais simples e de usar um
registo de língua direta para o leitor. Foram ainda substituídos os desenhos dos exercícios por fotografias da sequência dos
movimentos. Da versão original para a final a análise da legibilidade textual baixou de nível 14 - Média legibilidade, Dificuldade
média, adequado a universitários e com 20,7% de palavras complexas, para nível 9 - Alta legibilidade, Texto simples adequado a
adolescentes e com 19% de palavras complexas.
Envolver as pessoas nos processos de criação de materiais educacionais acessíveis é reconhecido como boas práticas de Literacia em
Saúde. É competência específica dos Enfermeiros de Reabilitação a capacitação da pessoa para a autonomia e o autocuidado. A
componente educacional dos programas de enf de reabilitação deve incluir toda a informação necessária de forma acessível tendo
em consideração a população-alvo dos cuidados.