O tradutor de acesso universal ao serviço do património cultural
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Diversos documentos internacionais têm encarado a cultura como um direito humano desde a aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), um direito do qual ninguém pode ser privado independentemente das suas características pessoais. Nas últimas décadas, o património cultural despertou para outras necessidades e exigências: não só se tornou um foco de interesse para o setor do turismo, como também foi alvo de preocupações de acessibilidade. A oferta turística acessível dirige-se a um grupo abrangente e diversificado que tem por objetivo as pessoas com deficiência e incapacidade, as crianças, os seniores, as mulheres grávidas, as pessoas com obesidade, entre outras. Neste sentido, as Nações Unidas argumentam que o turismo acessível é um fator central no desenvolvimento de uma política responsável e sustentável, assim como também fornece oportunidades de negócio únicas: mil milhões de pessoas com deficiência e incapacidade no mundo, para além dos 2 mil milhões de pessoas que são família,
https://doi.org/10.14195/_5
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cuidadores ou assistentes pessoais. Por estas razões, o turismo em espaços culturais deve ser gradualmente desenvolvido a partir da perspetiva da acessibilidade. É neste contexto que o tradutor como mediador de acesso universal surge como um ator incontornável, uma vez que a sua especialização em tradução intersemiótica e multimodal favorece uma experiência significativa, holística e multissensorial e, por isso, acessível. Com base numa metodologia de múltiplos estudos de caso, pretende-se apresentar e discutir criticamente exemplos de boas práticas em Portugal, que podem potenciar o turismo acessível: dois museus considerados como exemplares (i.e. Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Museu Nacional do Azulejo), o projeto AccessTUR para o centro de Portugal e o projeto “Cultura para Todos Bragança” (Fundo Social Europeu NORTE-07-4230-FSE-000058).