Aplicação de revestimentos na castanha Chapter uri icon

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  • No presente capítulo pretende-se descrever as atividades realizadas no âmbito do Projeto ValorCast ao nível da aplicação de revestimentos hidrofílicos e hidrofóbicos com o intuito de reduzir a desidratação das castanhas após a colheita. Para a avaliação de revestimentos hidrofílicos foram realizados quatro estudos, nos quais se avaliou a aplicação dos seguintes compostos: (i) alginato, quitosano e proteína do soro, a 2% (m/v); (ii) quitosano (0,5, 1 e 2%, m/v) e farinha de mandioca (3 e 5%, m/v); (iii) revestimentos comerciais da empresa DOMCA, designadamente o FOOD-COAT®, PROALLIUM® e ambos em conjunto. Na aplicação de revestimentos de resíduos hidrofóbicos utilizou-se a parafina, parafina aditivada com timol e a cera de abelha. Através da realização do primeiro estudo verificou-se que os melhores resultados em termos da qualidade microbiológica do fruto foram obtidos com o quitosano. No segundo estudo observou-se que a aplicação de farinha de mandioca a 5% acarretou o aparecimento de bolores visíveis após 6 meses de armazenamento. Pelo contrário, a aplicação de quitosano a 1 e 2% e farinha de mandioca a 3% forneceram resultados promissores ao nível da redução do desenvolvimento microbiano, principalmente quando se consideram armazenamentos longos (> 3 meses). No terceiro estudo verificou-se que em relação à perda de peso, após o armazenamento durante 4 meses, o FOOD-COAT® foi o revestimento que mostrou o melhor desempenho, com a menor perda de peso (5 a 6%). No entanto, em relação aos microrganismos mesófilos aeróbios e bolores e leveduras, o PROALLIUM® foi o mais eficiente durante dois a três meses. Assim, a junção PROALLIUM®+ FOOD-COAT® pode ser vantajosa para se retardar a perda de peso e o desenvolvimento microbiano até três meses de armazenamento, perdendo a sua eficácia após esse período. Relativamente aos revestimentos hidrofóbicos à base de parafina e cera de abelha foram muito eficientes na prevenção da perda de água quando as castanhas foram armazenadas em condições forçadas. As castanhas revestidas com parafina ou com cera de abelha em termos sensoriais foram idênticas às castanhas antes do armazenamento, exceto com a adição do timol no tratamento da parafina pois conferiu aromas desagradáveis à castanha, provavelmente devido ao odor pungente do timol, mas em termos microbiológicos o timol teve uma ação essencial, pois permitiu diminuir a podridão das castanhas após o armazenamento.
  • Os autores agradecem ainda à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT, Portugal) e aos fundos nacionais FCT/MCTES (PIDDAC) pelo apoio financeiro ao CIMO (UIDB/00690/2020 e UIDP/00690/2020) e SusTEC (LA/P/0007/2020).

publication date

  • 2022