Projeto VIW: conceção de um módulo de formação sobre migrações e género
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O Projeto Voices of Immigrant Women é financiado pela Comissão Europeia, contando com a participação
de várias instituições e organizações da sociedade civil europeias, entre as quais o Instituto
Politécnico de Bragança, Portugal. Tem como objetivo contribuir para tornar as Instituições de Ensino
Superior mais inclusivas, abordando o grande desafio societal representado pelas migrações e, mais
concretamente, os fluxos migratórios das mulheres no atual contexto europeu. Como produtos, deste
projeto, destacam-se: (i) um mapa de estudos de caso que visa a compreensão holística e multidimensional
dos processos de migração feminina; (ii) um programa de formação que visa sensibilizar
e capacitar os estudantes do Ensino superior para promover a integração/inclusão das mulheres migrantes;
(iii) um conjunto de recomendações orientadas para os decisores políticos. Esta comunicação
foca-se na apresentação do segundo resultado, especificamente, no Modulo de formação: Migrações e
género, da responsabilidade da equipa de Portugal. A elaboração do módulo de formação resulta de
um estudo (prévio) de natureza qualitativa, tendo como principais procedimentos e instrumentos de
recolha de dados: entrevistas em profundidade, grupo focal, análise documental e questionários. No
módulo referido são trabalhados conceitos como cultura, identidade, diversidade, género, integração e
inclusão, entre outros; e analisados os modelos de relação com a diferença que informam as políticas
públicas de acolhimento. Esta abordagem permite esclarecer a relação entre os conceitos de integração
e inclusão e clarificar como estas conceções se vinculam aos modelos de gestão da diversidade. A integração
é pensada a partir de quem acolhe/recebe (não de quem chega) o que fundamenta, na sua na
sua versão mais robusta, processos de assimilação ou, na sua versão mais suave processos de reconhecimento
da diversidade. Enquanto que a inclusão prevê uma abordagem que responda à diversidade
das necessidades da pessoa a incluir, que valorize a diferença, favorecendo práticas de inter-relação
entre as culturas, permitindo a construção de processos de desenvolvimento em comunidade, capazes
de reduzir a marginalização. Conclui-se que, para que a inclusão social das mulheres seja uma realidade,
são necessárias políticas nacionais e internacionais traduzidas em ações que contribuam para a
transformação social integrando as questões da interseccionalidade relacionadas com o género e a(s)
cultura(s).