Apesar da evolução nos direitos e lugar das mulheres na sociedade atual, não se encontram ainda exemplos
de expressões na linguagem popular que contrariem a recolha de provérbios. A linguagem é um veículo fundamental na transmissão de ideias e valores da sociedade. Neste trabalho pretende-se analisar as questões de
(des)igualdade de género perpetuadas na linguagem proverbial. A partir da recolha de provérbios referentes aos
papéis de homens e mulheres, veremos os que reafirmam regras de convivência social, os que conferem papel
de soberania ao homem ou à mulher e os que colocam ambos em posição de igualdade. Foi feita uma análise
categórica para verificar os papéis privilegiados. A importância atribuída às mulheres na educação e na preservação de valores culturais associados ao cuidado dos filhos e da família em geral é inquestionável, mas mais circunscrita ao lar. O homem, embora também considerado responsável pela educação dos filhos e transmissão de
sabedoria, situa-se noutro contexto - o espaço público – razão do provérbio “homem na praça, mulher em casa”.
Porém, a valentia do homem é por vezes reforçada pela capacidade de atuação da mulher, como encerra o provérbio “por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher”. Importa fomentar a desconstrução dos
marcadores de identidade de género assentes na cultura patriarcal, promovendo a consciencialização das desvantagens de reproduzir atitudes e comportamentos estereotipados. Conclui-se que crenças culturais enraizadas,
acerca dos papéis de género, dão azo a estereótipos encerrando visões redutoras, subjacentes a processos de
justificação e desculpabilização dos comportamentos de dominação masculina.
imagem corporal e a autoestima são dimensões da saúde que têm sido estudadas em associação. Na pro-cura de melhor satisfação com a imagem do corpo e de um melhor sentimento de si, a prática de atividade física(PAF) é um dos comportamentos promotor de saúde e procurado por muitos/as jovens. O período de confinamento imposto pela pandemia COVID-19 levou à alteração de várias rotinas, incluindo na prática de atividade física, nomeadamente com o encerramento de escolas, ginásios e clubes desportivos. Alterações de peso e de saúde emocional foram sendo mencionadas por grande parte da população. Este trabalho pretendeu relacionar a satisfação com a imagem corporal, a autoestima e a adesão à atividade física em contexto pandémico, bem como averiguar os fatores com influência nestas três variáveis dependentes. Realizou-se um estudo transversal de metodologia quantitativa, tendo sido aplicado um questionário on-line, através do Google Forms, a jovens de Portugal (continental e ilhas). A amostra foi do tipo bola de neve e ficou constituída por 630 indivíduos com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos (média=20,04±2,36), sendo 475 do sexo feminino e 155 do sexo masculino). As raparigas revelaram-se menos satisfeitas do que os rapazes na maioria dos itens da imagem corporal, com diferenças significativas em bastantes. Para a autoestima o valor médio das meninas (28,96) foi inferior aos dos rapazes (29,21) sem que essa diferença tivesse significado estatístico. Na adesão à PAF as rapariga também revelaram um valor médio mais baixo (1,91) que o dos rapazes (2,39) sendo essa diferença estatisticamente significativa (p<.0001). Os fatores que mais contribuíram para o nível de adesão à PAF foram a gestão do tempo livre, questões de saúde e existência de condições na proximidade da residência. A amostra revelou bons níveis de satisfação com a imagem corporal, autoestima média e nível médio de adesão à PAF. Estas três variáveis estão correlacionadas positiva e significativamente entre si e também são influenciadas por fatores individuais e contextuais.
sta investigação pretendeu caraterizar a capacidade de adaptação ao ensino à distância e competências socioemocionais de professores e educadores-de-infância no primeiro período de confinamento devido à COVID-19, bem como averiguar a influência de fatores individuais e socioprofissionais nessas competências pessoais.Tratou-se de um estudo transversal, descritivo e correlacional, com uma metodología mista de análise de dados.Aplicou-se um questionário misto, com umas questões fechadas e outras abertas, on-line, incluindo a escalaWong and Law Emotional Intelligence Scalepreviamente validada para a população adulta Portuguesa, assimcomo várias questões de caracterização sociodemográfica e outras relacionadas com a percepção de adaptação dos professores ao ensino à distância. A amostra incluiu um total de 302 professores/educadores (245 mulheres, 57 homens), predominando os grupos etários 41-50 (43.7%) e 51-60 anos (38.1%) e o nível de ensino secun-dário (27.8%). A dimensão de competência emocional em que os professores/educadores registaram média mais baixa foi regulação das emoções (M=3.21). Para trabalhar à distância salientaram-se dificuldades relacionadas com o domínio das tecnologias, os alunos e os métodos de ensino. Sem diferenças significativas em função do nível de ensino, notou-se dificuldade de regulação de emoções em todos os grupos, concluindo-se que esta problemática tendeu a afetar globalmente todos os professores/educadores