O pastoreio pode ser uma estratégia viável de gestão de cobertos em olivais tradicionais de sequeiro
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Agradecimento: integrado nas atividades do Grupo Operacional “Novas
práticas em olivais de sequeiro - estratégias de mitigação e adaptação às
alterações climáticas” (Iniciativa ID 278).
Em Bragança, na Qta do Poulão, está instalado um campo experimental
desde 2001 onde se compara o efeito de três sistemas de gestão do solo na
produção de azeitona, estado nutricional das árvores e propriedades do
solo. Os sistemas de gestão do solo instalados são mobilização
convencional, herbicida não seletivo total (glifosato) e pastoreio com
rebanho de cabras e ovelhas. No acumulado das colheitas de 2002 a 2011,
o talhão gerido com herbicida originou maior produção (187,2 kg árvore-1),
seguido do talhão mobilizado (142,9 kg árvore-1) e do talhão com pastoreio
(89,5 kg árvore-1). Contudo, o teor de carbono orgânico aumentou no talhão
pastoreado. Neste período, o encabeçamento médio da Qta do Poulão foi
de 1,2 cabeças normais por hectare. Em 2012, o talhão que foi
anteriormente tratado como pastagem passou a ser tratado com herbicida
e vice-versa. O talhão mobilizado permaneceu o mesmo. Entretanto foi
aumentada a carga animal na primavera no talhão pastoreado e reduzido
de duas para uma o número de mobilizações no talhão mobilizado. Em
resultado das alterações efetuadas no campo experimental, nas últimas 10
colheitas (2012-2021) a produção estabilizou entre tratamentos, não se
tendo registado diferenças significativas no total acumulado (valores
médios de 24 kg árvore-1 ano-1). Parece que o pastoreio pode ser uma forma
de manter cobertos vegetais nos olivais de sequeiro, desde que ajustada a
carga animal na primavera, de forma a que não permita competição
excessiva da vegetação herbácea com as árvores.