Feromonas emitidas pelas rainhas da abelha ibérica (Apis mellifera iberiensis): desenvolvimento de um sistema de recolha In Vivo por micro-extração em fase sólida (SPME)
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As feromonas são infoquímicos segregados pelas glândulas de um
animal que estimulam uma resposta comportamental ou fisiológica em outro
animal da mesma espécie [1]. São misturas complexas, capazes de induzir
uma resposta em concentrações muito baixas. Podem ser altamente voláteis,
com pesos moleculares baixos e de rápida difusão no ar ou menos voláteis,
mais pesados, adsorvidos na superfície do corpo e passados por contato
corporal [2]. Numa colónia de abelhas existem duas castas femininas, uma
rainha e milhares de obreiras. A rainha, normalmente, a única fêmea
reprodutora da colónia, é o fator regulador mais importante de uma colónia.
Esta regulação é conseguida através das feromonas, produzidas em
diferentes glândulas e emitidas como uma mistura complexa conhecida como
o sinal da rainha. Este induz várias modificações fisiológicas e
comportamentais nas abelhas obreiras que resultam na manutenção da
homeostase da colónia através do estabelecimento da hierarquia social e da
preservação da supremacia reprodutiva da rainha [2).
Neste trabalho pretendeu-se analisar as feromomas emitidas in vivo pelas
rainhas da abelha ibérica (Apis mellifera iberiensis). Para isso recorreu-se à
técnica de micro-extração em fase sólida (SPME), por ser uma técnica versátil,
precisa e rápida, baseada na adsorção dos voláteis numa fase de extração
imobilizada sobre a superfície de uma fibra de sílica fundida. O trabalho foi
realizado com colónias de abelhas ibéricas provenientes de um apiário
experimental situado em Bragança. A criação de rainhas foi realizada
seguindo métodos padrão de apicultura, método Doolitle [3]. Após a
operculação dos alvéolos reais, estes foram transferidos para o laboratório, e
mantidos a 35 ºC e 70% de humidade relativa. Após o nascimento as rainhas foram mantidas durante sete dias em gaiolas na companhia de abelhas ama,
com alimentação artificial e água. Após esse período, procedeu-se à recolha
de voláteis colocando a rainha num frasco âmbar de 50 ml. A fibra de SPME,
protegida por uma rede metálica, foi introduzida no frasco, sendo a
amostragem efectuada durante 15 min, com uma temperatura de 28 ºC e 50
% de humidade relativa. Foi usada uma fibra de
polidimetilsiloxano/divinilbenzeno (Supelco SPME fiber 57326U). Após a
recolha a fibra foi imediatamente colocada num aparelho de cromatografia
gasosa acoplada a espectrometria de massa (GC/MS) e desorbida durante 5
min a 250 ºC em modo splitless. Esta técnica demonstrou ser adequada para
recolher todos os compostos voláteis emitidos pela abelha, minimizando
situações de stress da abelha.
Os autores agradecem à Fundação para a Ciência e
Tecnologia (FCT, Portugal) e ao FEDER sob o programa PT2020 pelo
financiamento ao CIMO (UID/AGR/00690/2013). Soraia I. Falcão agradece à
FCT pela bolsa Post-Doc SFRH/BPD/118987/2016.