Micorrização in vitro de germinantes de Pinus pinaster: estudos histológicos e de crescimento Conference Paper uri icon

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  • As micorrizas são associações mutualistas que se estabelecem entre fungos do solo e raízes de plantas vasculares. A diversidade de características morfofuncionais observada ao nível das micorrizas permitiu a sua classificação em diferentes grupos e, dos quais cabe destacar o das ectomicorrizas. As espécies florestais, nomeadamente as pertencentes ao género Pinus spp., estão normalmente dependentes desta simbiose para o seu desenvolvimento. As ectomicorrizas estimulam o crescimento, por favorecerem a absorção de água e nutrientes. Contribuem ainda para o aumento da tolerância a metais pesados e a condições ambientais adversas (eg secura), e conferem resistência a agentes patogénicos. Foi objectivo deste trabalho estudar a capacidade de diferentes espécies de fungos ectomicorrízicos, Pisolithus tinctorius e Amanita muscaria, de formarem ectomicorrizas com germinantes de Pinus pinaster, e avaliar o efeito da micorrização no crescimento dessas mesmas plântulas. O trabalho experimental decorreu num sistema in vitro estabelecido entre germinantes de P. pinaster e o fungo A. muscaria ou P. tinctorius. Durante o processo de micorrização (0 aos 45 dias) avaliou-se o desenvolvimento de estruturas micorrízicas, manto e rede de Hartig, por observação macroscópica, esteromicroscópica e microscópica. Avaliou-se igualmente o efeito da micorrização nas taxas de crescimento das plantas, pela determinação de pesos frescos e secos, ao fim de 90 dias de inoculação. Verificou-se que, apesar de ambos os fungos revelarem capacidade para estabelecer ectomicorrizas com germinantes de P. pinaster, P. tinctorius foi o que apresentou uma maior extensão de micorrização. Em ambos os sistemas ectomicorrízicos foi possível observar, ao fim dos dez dias de inoculação, o crescimento do micélio e o seu contacto com as raízes. P. tinctorius apresentou uma maior taxa de crescimento comparativamente a A. muscaria, verificando-se que 25 dias após inoculação o seu micélio ocupava praticamente toda a caixa de Petri. Em ambos os sistemas micorrízicos foram observadas estruturas micorrízicas, manto e rede de Hartig, em desenvolvimento após os 15 dias de inoculação. Nesta fase, a rede de Hartig atingia apenas a epiderme das raízes e o manto apresentava-se muito rudimentar. Ao fim dos 30 dias de micorrização, observa-se um manto com uma espessura superior e uma rede de Hartig peri-epidermal e unisseriada. Após 90 dias de micorrização in vitro não se registaram acréscimos significativos nos pesos secos e frescos ao nível das raízes e caules das plantas de pinheiro bravo face ao controlo (não inoculadas). Os resultados aqui apresentados revelam que ambos os fungos apresentaram capacidades muito similares para a formação de micorrizas com germinantes de P. pinaster, em condições in vitro. Contudo, é necessário a continuidade deste estudo por um período de tempo mais alargado de micorrização, para que se possa chegar a resultados mais conclusivos.

publication date

  • January 1, 2005