Do ponto de vista económico um empreendedor é um indivíduo que está motivado para ser inovador, é agente de mudança e de criação de riqueza, acrescentando valor aos recursos e a outros ativos, sendo, normalmente, encarado como uma pessoa que sabe identificar oportunidades de negócios e nichos do mercado.
Este estudo é do tipo cross -section e teve como objetivo identificar fatores diferenciadores do potencial empreendedor em 50 estudantes da Escola Superior Agrária de Bragança. Para a recolha de dados foi utilizada a escala Entrepreneurial Potential Indicator. A maioria era do género feminino (78%); tinha 22 ou mais anos (56%), estudava em regime ordinário (84%); era proveniente da região Norte de Portugal (84%), vivia em meio urbano (52%) e frequentava o 1.º ciclo de estudos (82%). Mais de metade dos inquiridos apresentou competências empreendedoras (66%). Os fatores, de capital humano, considerados, nomeadamente, o regime de frequência, ano e ciclo de estudos, mostram não estar associados ao potencial empreendedor. O mesmo resultado foi obtido tendo em conta os fatores sociodemográficos. Contudo, os resultados revelaram a existência de uma relação de causa e efeito entre as características “Propensão ao risco” e “Autocontrolo” e o potencial empreendedor. Todas as dimensões consideradas designadamente, Autoconfiança, Necessidade de realização, Autocontrolo, Tolerância à incerteza, Propensão ao risco e Inovação, mostraram estar positiva e fortemente correlacionadas com o potencial empreendedor, embora, se tenham destacado como determinantes, o Autocontrolo e a Propensão ao risco, caraterísticas que explicam em 92,9% o potencial empreendedor dos estudantes. Situação que poderá ser melhorada através da implementação de ações de formação que permitam desenvolver competências ao nível do planeamento e da tomada de decisão no sentido de facilitar a elaboração de planos de ação e a tomada de decisão racional e, consequentemente promover a procura de atividades novas ou novas formas de desenvolver as já existentes.
Este trabalho é financiado por: Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, na sua componente
FEDER, através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) [Projeto n.º 006971 (UID/SOC/04011)]; e por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para
a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do projeto UID/SOC/04011/2013.
From an economic point of view, an entrepreneur is an individual who is motivated to be innovative, is an agent of
change and wealth creation, adding value to resources and other assets and is usually seen as a person who can identify
business opportunities and market niches.
This is a cross -section study and aimed to identify differentiating factors of the entrepreneurial potential from 50
students at an agricultural higher education school, in the northeast of Portugal. The Entrepreneurial Potential Indicator
scale was used to collect the data. The students’ majority was female (78%); had 22 or more years (56%), studied under
an ordinary regime (84%); most came from the North of Portugal (84%); lived in urban areas (52%) and attended the
1st cycle of studies (82%). More than half of respondents had entrepreneurial skills (66%). The human capital factors
considered, namely, the frequency regime, year and course of study were not associated with entrepreneurial potential.
The same result was obtained with regard to demographic factors. However, the results revealed the existence of
a cause and effect relationship between the characteristics “propensity to risk” and “Self -control” and entrepreneurial
potential. All dimensions considered, namely, Self -confidence, Achievement Necessity, Self -control, Tolerance to
Uncertainty, Propensity to Risk and Innovation, proved to be positive and strongly correlated with entrepreneurial potential. However, Self -control and the Propensity to Risk stood out as determinants once these characteristics explain
92.9% of the students´ entrepreneurial potential. This situation can be improved through training activities in order
to develop skills in planning and decision -making to facilitate the development of action plans and rational decision
making, and hence promote the search for new activities or new ways to develop the existing ones.