Otimização da extração e estabilização de um aditivo natural à base de catequina, a partir de frutos de Arbutus unedo L
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FCT e FEDER sob o Programa PT2020 pelo apoio financeiro ao CIMO (UID/AGR/00690/2013), bolsa de C. Pereira (SFRH/BPD/122650/2016) e contrato de L. Barres; ao programa
FEDER-Interreg Espana-Portugal pelo financiamento ao projeto 0377_Iberphenol_6_E; ao FEDER através
do Programa Operacional Regional Norte 2020, no âmbito do Projeto NORTE-01-0145-FEDER-023289
(DeCodE) e projeto Mobilizador Norte-01-0247-FEDER-024479: ValorNatural*. Xunta de Galicia pelo
apoio financeiro a M.A. Prieto.
produz frutos ricos em compostos fenólicos, em particular as catequinas [l]. Catequinas
são flavan-3-óis que apresentam alta capacidade antioxidante [2]. No entanto, os
flavan-3-óis estão susceptíveis a degradação por diversos fatores ambientais [3,4] e a
estabilidade destes compostos durante o processamento e armazenamento é crucial para
a preservação das suas propriedades bioativas.
O presente trabalho teve como objetivo otimizar a extração de catequina a partir de frutos
de A. unedo por maceração (ME), micro-ondas (MÃE) e ultrassons (UAE), utilizando a
metodologia de superfície de resposta para avaliar os efeitos das principais variáveis de
extração de cada técnica (tempo, temperatura ou potência e mistura hidroetanólica) e
determinar a estabilidade do extraio rico em catequina sob influência da temperatura,
do tempo e do pH, durante o armazenamento (sistema em pó) e aplicação numa matriz
alimentar (sistema aquoso). As respostas medidas foram o conteúdo de flavan-3-óis e
catequina, determinados por HPLC-DAD. Foram utüizadas equações mecanicistas e
fenomenológicas para descrever as respostas para a estabilidade dos compostos.
Dentre as técnicas de extração avaliadas, a ME e a MÃE foram mais eficientes, capazes de
produzir 1,38±1 e 1,70±0,3 mg catequina/g matéria seca, respetivamente. As condições
ótimas para a ME foram 93,2±3,7 min, 79,6±5,2 °C e 23, 1±3,7% de etanol, enquanto
para a MÃE foram 42,2±4,1 min, 137, 1±8,1 °C e 12, 1±1,1% de etanol. A UAE apresentou
menor rendimento nas condições otimizadas (0,71±0,1 mg/g em 42,4 min, 314,9±21,2
W e 40,3±3,8% de etanol).
O extrato rico em catequina (60% flavan-3-óis e 22% catequina) obtido sob as condições
ótimas para a ME apresentou maior estabilidade no armazenamento a -20°C e pH
5,4 durante o período avaliado (30 dias), enquanto a estabilidade dos compostos em
sistema aquoso permaneceu estável durante as 24h de aplicação a um pH<4 e T<30°C.
Os modelos matemáticos gerados permitem prever a perda de catequina em condições
especificas de temperatura e pH nos sistemas em pó e aquoso.
Condui-se que os frutos de A. unedo são fontes de flavan-3-óis, em particular a catequina e
seus derivados, que apresentam boa estabilidade no armazenamento e em solução aquosa,
o que potencializa o interesse da aplicação destes compostos na indústria alimentar.
