Esta comunicação visa apreender as dinâmicas presentes no mercado nacional de castanha. Para tal, analisam-se as estatísticas anuais do mercado nacional da castanha, entre 2008-2017, complementadas por outras fontes (especialistas do setor, produtores e associações de produtores), a fim de identificar suas limitações e potencialidades. Os resultados mostram um aumento global na área de cultivo, acompanhado, porém, por problemas de comercialização, como a baixa homogeneidade dos frutos e as dificuldades de conservação (bichado e podridão da castanha), o elevado peso do mercado paralelo e a concorrência desleal de castanha produzida em países não comunitários.
Os autores agradecem o suporte financeiro do projecto PDR 2020 -
ação 1.0.1- Grupos operacionais Valorização da castanha e otimização da sua
comercialização. Os autores agradecem à Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT,
Portugal) e ao FEDER no âmbito do programa PT2020 pelo apoio financeiro ao CIMO
(UID/AGR/00690/2013).
Portugal é um dos principais produtores mundiais de castanha. Atualmente, o setor da castanha enfrenta uma série de desafios, nomeadamente, as mudanças climáticas, doenças e pragas e desenvolvimentos demográficos e de mercado, que ameaçam seu futuro. Esta comunicação visa apreender as dinâmicas presentes no mercado nacional de castanha. Para tal, analisam-se as estatísticas anuais do mercado nacional da castanha, entre 2008-2017, complementadas por outras fontes (especialistas do setor, produtores e associações de produtores), a fim de identificar suas limitações e potencialidades. A maior parte da castanha portuguesa é transacionada por pequenas e médias empresas, vendida em fresco, no mercado interno e externo. Os resultados mostram um aumento global na área de cultivo, aliado à melhoria na produtividade, não obstante as oscilações da produção anual motivadas por condições climatéricas adversas/ataques de doenças/pragas, e.g., a ameaça crescente da vespa-das-galhas-do-castanheiro. O cenário é agravado por problemas de comercialização, como a baixa homogeneidade dos frutos e as dificuldades de conservação (bichado e podridão da castanha), o elevado peso do mercado paralelo e a concorrência desleal de castanha produzida em países não comunitários. O consumo de castanha é essencialmente sazonal e ligado ao consumo tradicional de castanhas assadas e/ou cozidas. Todavia, o mercado pulsa com a emergência de novas formas de consumo, estimuladas pela procura crescente por parte de nichos de mercado com necessidades específicas de dieta, como produtos sem glúten ou nutricionalmente enriquecidos.
