Desafios de co-criação e a pandemia COVID-19: presencial, blended ou online?
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A pandemia COVID-19 colocou ao mundo, às sociedades e, também às instituições de ensino superior inúmeros desafios, estimulando, a cada dia que passa, a sua capacidade de adaptação e superação. A necessidade de confinamento obrigou a uma aceleração da digitalização e virtualização das atividades de ensino-aprendizagem, sem tempo prévio de preparação, capacitação e alocação de recursos que garantissem a eficiência e a equidade das condições de acesso e de ensino. As dificuldades impostas foram particularmente desafiantes para o desenvolvimento de metodologias ativas, com base em projetos de co-criação, nas quais os estudantes, sendo os principais elementos na construção de conhecimento, trabalham em equipas multidisciplinares e multiculturais e em constante interação. Neste contexto, este trabalho visa analisar os resultados destes projetos de aprendizagem com base em desafios de co-criação, comparando seis épocas que funcionaram em três modalidades distintas: o modelo presencial, o modelo blended que prevê sessões síncronas e sessões assíncronas e o modelo online. Foi feito um estudo transversal, quantitativo, analítico, comparativo, usando resultados de 2775 pontuações atribuídas durante as avaliações, com inputs dos estudantes (avaliação individual, que contempla a autoavaliação e a avaliação entre pares da mesma equipa, e das equipas) e dos elementos dos diversos júris, constituídos por professores, especialistas, empresários e representantes de entidades públicas. A amostra inclui dados de 190 estudantes, agrupados por 39 equipas, e de 31 membros dos júris, das seis diferentes épocas, 3 presenciais, 2 blended e 1 totalmente online. As várias avaliações (individuais, equipas e júris) foram comparadas, nas três modalidades de ensino-aprendizagem, através dos testes não-paramétricos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Os resultados preliminares revelam que para todas as comparações (p<0,001) as pontuações da avaliação individual foram maiores na modalidade presencial e as pontuações das avaliações das equipas e dos júris foram maiores na modalidade online. Ao considerar os diferentes pares de modalidades, observa-se que as notas individuais são maiores no modelo presencial, quando comparadas, quer com o modelo online (p<0,01), quer como o modelo blended (p<0,001); as notas das equipas são menores na modalidade blended comparando com o presencial e o online (p<0,001 para ambas); e as notas dos júris são menores na metodologia presencial, ao comparar com o modelo blended ou online (p<0,001 para ambas). Estes resultados sugerem assim que o uso de diferentes modalidades tem impacto nos resultados de avaliação dos estudantes, considerando pertinente explorar de forma mais aprofundada o comportamento e a perceção dos estudantes, individualmente e em equipa, e dos elementos dos júris.
The COVID-19 pandemic has created countless challenges to the world, to societies and also to higher education institutions, motivating, every day, adaptation and resilience. The need for confinement forced an acceleration of digitization and virtualization of teaching and learning activities, without prior preparation, training and allocation of resources to guarantee the efficiency and equity of access and teaching conditions. The difficulties imposed were particularly challenging for the development of active methodologies, based on co-creation projects, in which students, being the main elements of knowledge construction, work in multidisciplinary and multicultural teams, in continuous interaction. In this context, this paper aims to analyze the results of these learning projects based on co-creation challenges, comparing six batches that worked in three different approaches: face-to-face, blended, including synchronous and asynchronous sessions, and online. A cross-sectional, quantitative, analytical, comparative study was carried out, using the results of 2775 assessments, with student inputs (individual evaluation, which includes self-evaluation and peer evaluation of the same team, and of other teams) and juries inputs, made up of teachers, specialists, entrepreneurs and representatives of public entities. The sample includes data from 190 students, divided in 39 teams, and 31 jury members, from six different batches, 3 face-to-face, 2 blended and 1 completely online. The various assessments (individual, team and juries) were compared, in the three teaching-learning modalities, using Kruskal-Wallis and Mann-Whitney non-parametric tests. The preliminary results reveal that for all comparisons (p <0.001) the individual evaluation scores were higher in face-to-face model and the team and jury’s evaluation scores were higher in the online model. When considering the different models, it is observed that the individual grades are higher in the face-to-face model, when compared, either with the online model (p <0.01) or as the blended model (p <0.001); team scores are lower in the blended model compared to face-to-face and online models (p <0.001 for both); and the juries' grades are lower in face-to-face model, when compared to blended or online models (p <0.001 for both). These results suggest that the use of different models has an impact on the students' evaluation results, considering it pertinent to explore more deeply the behavior and perception of students, individually and as team, and of the members of the juries.