Estudo dos efeitos da digestão gastrointestinal in vitro e fermentação colónica em extratos fenólicos e bioatividades de Rosmarinus officinalis L.
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FCT e FEDER sob o programa PT2020 pelo apoio financeiro ao CIMO (UID/AGR/00690/2013) e contratos de L. Barros e R. Calhelha. FEDER-Interreg España-Portugal (0377_Iberphenol_6_E). V.G. Correa ao CAPES. R.M. Peralta (307944/2015-8) e A. Bracht (304090/2016-6).
Foram estudadas potenciais perdas de fitoquímicos que ocorrem ao longo de passos sequenciais de digestão gastrointestinal in vitro e fermentação colónica de um extrato aquoso de alecrim. Os extratos iniciais (CI), digeridos (DE) e fermentados (FE) foram caracterizados em termos das suas propriedades bioativas e composição fenólica. O ácido rosmarínico, o principal componente do CI, sofreu a degradação mais significativa, verificando-se uma diminuição de 60%.
Rosmarinus officinalis L., alecrim, pertence à família das Lamiaceae e encontra-se amplamente disseminado em vários países da região do Mediterrâneo [1]. É usado sobretudo como condimento, mas os seus extratos aquosos ricos em compostos fenólicos, maioritariamente ácido rosmarínico, têm um grande potencial para ser usados como conservantes e/ou ingredientes funcionais [2]. É, no entanto, necessário perceber a estabilidade e biodisponibilidade destes extratos aquosos e dos seus compostos bioativos após a digestão gastrointestinal e processos de fermentação colónica, de modo a não perder a funcionalidade dos mesmos. No presente trabalho, o extrato inicial e os extratos digeridos e fermentados de alecrim foram caracterizados em termos de compostos fenólicos por HPLC-DAD/ESI-MS e, posteriormente, estudados os seus potenciais antioxidante, antibacteriano e antiproliferativo. Foram identificados 16 compostos fenólicos, entre eles 10 ácidos fenólicos e 6 flavonoides, sendo o ácido rosmarínico o composto maioritário, como era expectável. Foi também este composto que mais sofreu os efeitos da digestão e fermentação representando um total de 60%, em comparação com os 26% dos compostos fenólicos totais. No geral, a digestão gastrointestinal in vitro diminuiu a atividade antioxidante obtida pelos métodos de DPPH, ABTS, FRAP, ORAC e TBARS. Tanto o extrato inicial como o digerido não apresentaram qualquer atividade antiproliferativa, no entanto, o extrato fermentado exibiu um ótima atividade antiproliferativa na linha celular HeLa (carcinoma cervical, GI50 = 116 μg/mL). Relativamente à atividade antibacteriana, o extrato inicial e o extrato digerido revelaram-se moderadamente eficazes contra o crescimento de Staphylococcus aureus, S. aureus resistente à meticilina (MRSA) e sensível à meticilina (MSSA) e também contra a Listeria monocytogenes. O extrato fermentado revelou-se também moderadamente eficaz contra o crescimento de MRSA e MSSA. Os resultados aqui obtidos revelam a importância dos extratos ricos em ácido rosmarínico como potenciais conservantes e ingredientes funcionais, no entanto, o uso de técnicas de estabilização/microencapsulação seria importante para assegurar uma adequada ação destes compostos após digestão e fermentação.
À FCT e FEDER sob o programa PT2020 pelo apoio financeiro ao CIMO (UID/AGR/00690/2013) e contratos de L. Barros e R. Calhelha. FEDER-Interreg España-Portugal (0377_Iberphenol_6_E). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologia (CNPq) pelo contrato de R.C.G. Corrêa (167378/2017-1), e apoios a R.M. Peralta (307944/2015-8) e A. Bracht (304090/2016-6).