A colocação de cateteres venosos periféricos em ambiente de aulas práticas simuladas e orientadas influência o sucesso da primeira colocação de cateter em contexto real ensino clínico/ estágio?
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O objectivo deste trabalho foi descrever as primeiras punções venosas periféricas, com colocação de cateter, realizadas a pacientes do foro médico-cirúrgico, por alunos de enfermagem em ensino clínico/estágio; relatando as dificuldades sentidas na execução deste cuidado, e relacionando o sucesso na execução da técnica com o tipo de aulas práticas simuladas e orientadas que os alunos previamente tiveram em ensino teórico.
Um questionário estruturado foi aplicado aos alunos que terminaram o Ensino Clínico I, realizado em diferentes serviços e especialidades médico-cirúrgicas. O instrumento foi aplicado em 2009 e 2010, tendo como objecto uma população total de 171 estudantes, dos quais foi possível inquirir 146. Trata-se de um estudo descritivo, correlacional e de natureza quantitativa, realizado na Escola Superior de Saúde de Bragança, norteado pela seguinte questão: A colocação de cateteres venosos periféricos em ambiente de aulas práticas simuladas influência o sucesso da primeira punção no contexto real do ensino clínico?
Amostra predominantemente feminina (79,5%) com uma média de idade de 22 anos (DP=4 anos). Os alunos colocaram cateter venoso pela primeira vez em serviços de cirurgia (n=46), medicina (n=43), ortopedia (n=18) e especialidades (n=18). A grande maioria referiu ter realizado procedimento acompanhado de profissional experiente (97,3%). A lavagem das mãos fez-se em 92,5% dos casos e a utilização de luvas em 87,7%. O cateter nº 20G foi o mais utilizado (53,4%). Os doentes puncionados apresentavam idades que variaram dos 22 aos 87 anos (M=63). Em resumo, 70% dos alunos consideram que tiveram sucesso na primeira vez que colocaram cateteres. A destreza técnica foi a principal dificuldade relatada (n=43), seguida da introdução/progressão do cateter (n=23), da escolha da veia (n=11), conectar obturadores e soros (n=12). Cerca de 80% dos alunos fizeram simulação orientada sobre a técnica, em laboratório, antes do início do estágio, em braços de punção (n=90) e em simuladores de alta-fidelidade ou braço real de um colega (n=27). CONCLUSÕES: Concluímos que dos 117 alunos que fizeram práticas simuladas orientadas em laboratório, 92 consideram que a primeira punção realizada nos doentes teve sucesso. Por outro lado, dos alunos que não realizaram prévia simulação da técnica (n=29), apenas 14 obtiveram sucesso aquando da execução real. A associação entre as variáveis foi avaliada pelo coeficiente qui-quadrado (qui-quadrado=10,767, gl=1, p=0,001). Concluímos que a prática simulada e orientada em laboratório melhora o desempenho do aluno em ensino clínico, embora o tipo de simulação realizada (braços de punção ou simuladores de alta fidelidade) não pareça estar associada ao sucesso (qui-quadrado=2,198, gl=1, p=0,138).