A doença em si não transforma necessariamente a pessoa em doente. A doença
reside no indivíduo que não tem criatividade e que não se adapta perante alterações
de regras preexistentes para ele, sejam de natureza biológica, psicológica
ou social (Agra, 1990). Ao acontecer a doença, o indivíduo que tende a viver em estado
de homeostasia sofre um desequilíbrio e, perante tal situação de crise, tende a procurar
um novo restabelecimento do seu equilíbrio. Assim, o desequilíbrio pode ser positivo ao
implicar mudanças que muitas vezes se traduzem num carater evolutivo.
Podemos refletir que a doença crónica não impossibilita a pessoa de viver mentalmente
saudável, emergindo a possibilidade de criar uma nova forma de estar na vida em relação
consigo próprio e com os outros, sendo necessária a mobilização dos seus recursos potenciais
e do suporte social disponível, ou seja, tende à autoatualização.