Uso de matrizes naturais em pediatria Thesis uri icon

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  • O uso de plantas medicinais nas suas diferentes formas farmacêuticas visa a utilização da planta no seu todo e não apenas de princípios ativos isolados. A utilização das plantas inteiras revela um efeito mais efetivo, mais abrangente e ao mesmo tempo, mais benéfico. A literatura tem demonstrado que no tratamento de doenças infantis, os fitoterápicos são particularmente adequados. É extremamente útil dispor de agentes terapêuticos cuja via de metabolização seja mais conhecida pelo organismo do que a dos modernos medicamentos sintéticos. O amplo índice terapêutico de muitos fitoterápicos e a sua excelente tolerabilidade criam boas perspetivas para a infância. A fitoterapia é considerada uma terapêutica segura, porém têm sido relatados efeitos adversos e interações decorrentes da administração simultânea de preparações à base de plantas e medicamentos convencionais. Sabe-se que a probabilidade de interações entre plantas e fármacos convencionais é maior do que as interações entre medicamentos (Izzo, 2005; Cunha, Ribeiro & Roque, 2009). Este estudo tem como objetivos conhecer o padrão de utilização de produtos naturais em crianças e jovens inscritos na consulta externa da ULS Nordeste, UH Bragança; verificar se o recurso a produtos naturais se deve ao aconselhamento por um profissional de saúde ou ao conhecimento empírico e avaliar a perceção dos pais sobre: eficácia, riscos e possíveis interações da utilização simultânea de produtos naturais com medicamentos convencionais. Foram inquiridos todos os pais que acompanhavam os filhos na 1ª consulta da especialidade de pediatria, no período de março a agosto de 2013, utilizando como instrumento de recolha de dados o questionário estruturado onde se pretendia conhecer os antecedentes de saúde e patologias da criança, conhecimento dos pais sobre: plantas medicinais; grau de satisfação com a utilização de plantas medicinais e perceção de potenciais interações decorrentes da sua utilização. O uso da fitoterapia não é assumido de forma clara pelos inquiridos; verificou-se que a sua utilização se fez por livre iniciativa e conhecimento empírico e nos casos em que se recorreu à fitoterapia utilizaram-se plantas medicinais para indicações terapêuticas nem sempre adequadas. Concluiu-se pela necessidade de aconselhamento médico ou farmacêutico para esta área por forma a contribuir para uma correta utilização.

publication date

  • January 1, 2013