Caracterização da fração lipídica de frutos secos produzidos com diferentes bioestimuladores: potencial atividade hipocolesterolémica Teses uri icon

resumo

  • O colesterol elevado é o principal responsável pelo desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). Atualmente, o controlo dos níveis de colesterol é realizado através de inibição farmacológica da sua síntese endógena e absorção intestinal. Contudo, vários estudos demonstram que a dieta é também um fator essencial na proteção contra o desenvolvimento de DCV. Assim, é aconselhado o consumo de alimentos com potencial hipocolesterolémico. Destes alimentos fazem parte os frutos secos, tais como amêndoas, castanhas do Brasil, avelãs, macadâmias, nozes e pistácios, sendo aconselhada a sua inclusão numa dieta saudável e equilibrada, devido ao seu perfil lipídico, em particular os ácidos gordos poliinsaturados e esteróis. Além do mais, os produtos que derivam de matrizes naturais são considerados menos tóxicos, com reduzidos ou nenhum efeito secundário, quando comparados com os seus análogos sintéticos, constituindo uma potencial fonte de coadjuvantes terapêuticos. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as propriedades nutricionais (metodologias AOAC), compostos bioativos (ácidos gordos: GC-FID; tocoferóis: HPLC-fluorescência; esteróis: GC-MS; açúcares livres: HPLC-RI) e propriedades hipocolesterolémicas (análise espetrofotométrica) de duas matrizes selecionadas: amêndoa e avelã, após diferentes tratamentos biológicos de suplementação do solo. Os perfis de compostos bioativos lipossolúveis demonstraram elevado potencial para a redução das dislipidemias associadas às DCV, em especial pelos níveis de ácidos gordos insaturados (predomínio de ácido oleico e ácido linoleico) e pelo teor em tocoferóis (com destaque para o α-tocoferol) e esteróis. Os diferentes bioestimulantes aplicados como tratamentos de suplementação do solo induziram algumas diferenças nos teores de tocoferóis, embora em todos os casos tenha sido validado o potencial de ambos os frutos como alimento funcional com efeitos de prevenção de dislipidemias, bem como uma fonte alternativa de compostos de interesse com aplicabilidade em diferentes indústrias (e.g., alimentar, nutracêuticos, cosméticos).

data de publicação

  • junho 2020