Efeito da adubação azotada na composição química de sementes de colza da cultivar hydromel
Conference Paper
Overview
Research
View All
Overview
abstract
A colza é uma planta oleaginosa da família Brassicaceae, em que a principal espécie cultivada é
classificada como Brassica napus. Tornou-se uma importante cultura em vários países de clima
temperado frio, onde a maioria das outras plantas oleaginosas não cresce e ocupa atualmente o
segundo lugar entre as culturas de oleaginosas mais produzidas no mundo, seguida da soja [1].
A procura crescente do óleo de colza deve-se sobretudo a um aumento progressivo da qualidade
do óleo para fins alimentares e dos bagaços para alimentação animal e, presentemente, ao facto
da colza estar a ser promovida em todo o mundo como cultura energética para o fabrico de
biocombustíveis [2].
Muitos estudos têm mostrado que o crescimento e a produção de colza são promovidos de forma
significativa pela aplicação de doses elevadas de azoto. No entanto, o azoto em excesso pode
reduzir a qualidade nutricional das sementes além de poder afetar negativamente o meio
ambiente e a rentabilidade de produção [3,4].
Nesta comunicação será apresentado e discutido o efeito da adubação azotada na composição
química das sementes de colza da cultivar Hydromel. As amostras de semente de colza foram
obtidas num ensaio de campo que decorreu em Bragança, em que a colza foi cultivada em ciclo
de outono/inverno, na época de 2009/2010. Determinou-se o teor em humidade, cinzas, proteína,
gordura e fibras (NDF e ADF) e procedeu-se à quantificação dos ácidos gordos por
cromatografia gasosa (GC/FID). Recorreu-se ainda à espectroscopia de ressonância magnética
nuclear para caracterizar a fração lipídica das amostras de colza.
Instituto Politécnico de Bragança, FCT, Universidade de Aveiro e à Rede Nacional de RMN
(RNRMN)
Neste trabalho pretendeu-se avaliar o efeito da adubação azotada na composição química de sementes de colza da cultivar Hydromel. As amostras de semente de colza foram obtidas num ensaio de campo que decorreu em Bragança, em que a colza foi cultivada em ciclo de outono/inverno, na estação de crescimento de 2009/2010.
No que diz respeito à composição química determinou-se o teor em humidade, cinzas, proteína, gordura e fibras (NDF e ADF) e procedeu-se à quantificação dos ácidos gordos por cromatografia gasosa (GC/FID). As sementes de colza são maioritariamente constituídas por gordura (45-47%), caracterizada por um elevado teor em ácidos gordos monoinsaturados, sendo o ácido oleico o mais abundante (cerca de 60%). A análise dos espectros de ressonância magnética nuclear (RMN) dos extratos de colza confirma estes dados. O teor em proteína aumentou à medida que o nível de adubação azotada aumentou (14-17%) e o teor em NDF foi similar em todas as amostras (cerca de 34%). Por seu lado, o aumento da adubação azotada conduziu a uma diminuição do teor em ADF. O teor em cinzas e em humidade não apresentou variações significativas nas diferentes amostras estudadas.
Em suma, a variação da adubação azotada na cultura da colza induziu alterações significativas na composição química das sementes pelo que esta informação pode ajudar agricultores e técnicos a ajustar a fertilização azotada em função do destino a dar à semente.