Identificação de limitação para o exercício e atividades de vida diária em doentes com DPOC. Conference Paper uri icon

abstract

  • A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença caracterizada pela limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A limitação do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas ou gases nocivos, causada principalmante pelo tabagismo. A DPOC é descrita como uma doença com consequências sistémicas, com perda progressiva da condição física e da força muscular, que associadas à dispneia gera nestes doentes importantes limitações na capacidade funcional. A capacidade funcional é definida como a tolerância ou a capacidade de uma pessoa para realizar determinada atividade, seja esta uma atividade desportiva ou de vida diária. Analisar a capacidade funcional em doentes em doentes com diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e identificar limitação para o exercício e actividades de vida diária nestes doentes. Foram avaliados 31 doentes, seguidos na consulta de pneumologia do Centro Hospitalar Nordeste -. Unidade de Bragança, com idades compreendidas entre 52 e 79 anos. Os critérios de inclusão foram: ter diagnóstico de DPOC, ter realizado prova de marcha de seis minutos e ter realizado espirometria. A Informação foi obtida recorrendo aos registos informatizados da prova de marcha e do teste de espirometria, realizados entre 1 Janeiro de 2009 a 1 de Maio de 2010, por uma técnica de cardiopneumologia. A recolha de dados foi realizada durante uma semana no Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar do Nordeste, após as 18 horas, por uma das investigadoras, que introduziu e codificou em base de dados do programa SPSS®. Dos 31 doentes avaliados 22 eram do género masculino e 9 feminino, com uma média de idade de 68,8 anos, 16 eram ex-fumadores e 1 fumador activo, verificando-se uma diferença estatisticamente significativa nos hábitos tabágicos e o género (p> 0,00), o Índice Médio de Massa Corporal foi de 27,12 Kg/cm2 +/- 4,3 Kg/cm 2. Percorreram em média uma distância de 344m, variando entre o mínimo de 45m e máximo de 595m. A média do Volume Expiratório Máximo (VEMS) ao 1º segundo nos homens foi de 72,6% e nas mulheres foi de 47,1% apresentando uma média total de 52,23% +/-20,4%. Dos 31 participantes 17 apresentavam um grau de obstrução grave, sendo 13 dos homens. Tiveram necessidade de interromper a prova 7 pessoas. Os valores de Saturação Arterial de Oxigénio variaram entre 81 e 96%. Cerca de 58% não necessitou de Oxigénio no início da prova e no final aproximadamente 75% necessitou. A percepção média que os doentes tem da sua dificuldade respiratória, antes e após a prova de marcha, foi maior nos homens do que nas mulheres 2,64 e 4,55 nos homens e e 1,66 e 3,5 nas mulheres respectivamente. No nosso estudo os doentes com DPOC percorreram uma média de 344 metros o que sugere uma limitação para o exercício físico e para as actividades de vida diária. O género masculino evidenciou maior grau de obstrução e média de percepção de dispneia antes da prova de marcha mais elevada. O exercício e as actividades de vida diária em doentes com DPOC devem ser feito de forma individualizada tendo em conta as suas limitações funcionais.

publication date

  • January 1, 2012