Evolução da infeção por neisseria gonorrhoeae em Portugal: avaliação da incidência nos últimos trinta anos
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Gonorreia é uma doença sexualmente transmissível (DST) que pode infetar homens e
mulheres. É provocada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que infeta exclusivamente o Homem. Pode
causar infeções nos órgãos genitais, reto e garganta. De acordo com os dados publicados em 2008
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é uma infeção muito comum, especialmente entre os jovens
idades 15-24 anos. Qualquer pessoa sexualmente ativa pode ser infetado com gonorreia através de
relações sexuais desprotegidas. Alguns homens com gonorreia podem não apresentar sintomas. As
mulheres com gonorreia também podem não ter sintomas e, quando presentes, podem ser confundidos
com uma infeção vaginal ou das vias urinárias. Em ambos os sexos a infeção pode irradiar pelo organismo
causando meningite, endocardite ou artrite. Objetivo: Analisar a evolução da incidência da gonorreia
em Portugal nas últimas 3 décadas (1980 a 2013). Metodologia: Foram analisados retrospetivamente
os dados da incidência disponíveis na base de dados do Centralized Information System for Infectious
Diseases (CISID) da Organização Mundial de Saúde (OMS), relativamente a Portugal e três países do sul
da europa (Espanha, Itália e Grécia). Resultados: A análise dos dados em Portugal evidenciou que a média
da taxa de incidência da gonorreia nos últimos 33 anos é de 2.1 ± 2.28 (por 100.000 habitantes), sendo
que o valor máximo encontrado corresponde a 8.83 (1980) e mínimo de 0.27 (2004). Comparativamente
com os países do sul da europa, Portugal é um dos países com menor incidência. Em termos de evolução
temporal assiste-se a uma decréscimo acentuado até ao ano de 2004, a partir do qual se verifica uma
relativa inflexão desta tendência. Esta é verificada também, e de forma semelhante, nos restantes
países analisados. Conclusão: A evolução temporal verificada numa fase inicial do período em estudo
poderá justificar-se pela implementação acentuada de programas e medidas preventivas das infeções
sexualmente transmissíveis. A partir de 2004/2005 a tendência crescente poderá estar relacionada
com o abrandamento dessas medidas. Outro fator potencialmente associado poderá ser a mobilidade
populacional verificada nos últimos tempos. A continuidade desta tendência poderá constituir um grave
problema de saúde pública
Gonorreia é uma doença sexualmente transmissível (DST) que pode infetar homens e mulheres. É provocada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que infeta exclusivamente o Homem. Pode causar infeções nos órgãos genitais, reto e garganta. De acordo com os dados publicados em 2008 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é uma infeção muito comum, especialmente entre os jovens idades 15-24 anos. Qualquer pessoa sexualmente ativa pode ser infetado com gonorreia através de relações sexuais desprotegidas. Alguns homens com gonorreia podem não apresentar sintomas. As mulheres com gonorreia também podem não ter sintomas e, quando presentes, podem ser confundidos com uma infeção vaginal ou das vias urinárias. Em ambos os sexos a infeção pode irradiar pelo organismo causando meningite, endocardite ou artrite. Objetivo: Analisar a evolução da incidência da gonorreia em Portugal nas últimas 3 décadas (1980 a 2013). Metodologia: Foram analisados retrospetivamente os dados da incidência disponíveis na base de dados do Centralized Information System for Infectious Diseases (CISID) da Organização Mundial de Saúde (OMS), relativamente a Portugal e três países do sul da europa (Espanha, Itália e Grécia). Resultados: A análise dos dados em Portugal evidenciou que a média da taxa de incidência da gonorreia nos últimos 33 anos é de 2.1 ± 2.28 (por 100.000 habitantes), sendo que o valor máximo encontrado corresponde a 8.83 (1980) e mínimo de 0.27 (2004). Comparativamente com os países do sul da europa, Portugal é um dos países com menor incidência. Em termos de evolução temporal assiste-se a uma decréscimo acentuado até ao ano de 2004, a partir do qual se verifica uma relativa inflexão desta tendência. Esta é verificada também, e de forma semelhante, nos restantes países analisados. Conclusão: A evolução temporal verificada numa fase inicial do período em estudo poderá justificar-se pela implementação acentuada de programas e medidas preventivas das infeções sexualmente transmissíveis. A partir de 2004/2005 a tendência crescente poderá estar relacionada com o abrandamento dessas medidas. Outro fator potencialmente associado poderá ser a mobilidade populacional verificada nos últimos tempos. A continuidade desta tendência poderá constituir um grave problema de saúde pública.