Caracterização do perfil fenólico de extratos aquosos de Matricaria recutita L. obtidos por decocção
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As plantas aromáticas são usualmente utilizadas no nosso quotidiano na
preparação de infusões e decocções por apresentarem benefícios comprovados
para a saúde do consumidor. Muitos desses efeitos são garantidos pela presença
de compostos fenólicos. Na literatura, são vários os trabalhos que reportam as
características destes compostos nomeadamente, as suas propriedades
antioxidantes, antimicrobianas e antitumorais.
Neste trabalho, submeteram-se amostras de Matricaria recutita L. (camomila)
fornecidas pela empresa Américo Duarte Paixão Lda. (ADP), a uma extração por
decocção para posterior caracterização química por HPLC-DAD-ESI/MS. Nessa
análise foram identificados dezanove compostos fenólicos dos quais nove
flavonoides e dez ácidos fenólicos. Os ácidos fenólicos representaram o grupo
maioritário presente nas decocções de M. recutita (23.66 ± 0.27 mg/g de extrato
liofilizado), no qual quatro compostos foram identificados como possíveis
derivados do ácido cafeoil-2,7-anidro-3-desoxi-2-octulopiranosónico (CDOA), sendo
o di-CDOA o ácido mais abundante (6.83 ± 0.05 mg/g). De entre os flavonoides
identificados (concentração total: 17.89 ± 0.91 mg/g), o luteolin-O-glucurónido
surgiu como o composto principal (4.80 ± 0.54 mg/g). Segundo a literatura, este
tipo de compostos não foram identificados anteriormente em flores de M. recutita.
No entanto, os glucósidos de luteolina são geralmente encontradas em
quantidades relevantes nesta matriz e nas suas infusões.
Devido às propriedades bioativas deste tipo de extratos e compostos [4] podemos
considerar que as flores de camomila poderão ser utilizadas de forma a obter
ingredientes com propriedades bioativas para utilização individual ou incorporação
em alimentos como conservantes naturais e/ou agentes funcionais.