O uso dos pequenos ruminantes na prevenção dos fogos rurais: mito ou realidade?
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resumo
Os grandes incêndios de 2003 e 2005 em Portugal revelaram a extrema vulnerabilidade
da floresta ao fogo e a premência de encontrar meios eficazes de gestão dos
combustíveis. A Estratégia Nacional para as Florestas (ENF), no seu eixo estruturante
- minimização dos riscos dos incêndios e agentes bióticos - prevê a gestão de combustíveis
através do pastoreio como medida de redução das áreas de matos com incêndios
no verão. Apesar dos esforços subsequentes, a meta estipulada no Plano Nacional de
Defesa da Floresta Contra Incêndios de redução da área ardida para valores médios
inferiores a 100 mil hectares em 2012 não foi atingida.
As áreas de montanha do norte de Portugal, onde a produção de pequenos ruminantes
é uma atividade importante baseada na exploração dos recursos espontâneos,
são propícias ao desenvolvimento de incêndios florestais e, portanto, muito adequadas
para a implementação das diretrizes da ENF relativamente à articulação do pastoreio
extensivo com medidas de silvicultura preventiva.
A adoção desta “nova-velha” arte de gestão dos combustíveis necessita de conhecimentos
profundos sobre as necessidades e capacidades dos animais para realizar
esta tarefa. O tipo de recurso/combustível condiciona o tipo de animal – herbívoro-
-pastador ou lignívoro – a utilizar. O objetivo deste estudo foi comparar as dietas de
ovinos com a de caprinos mediante a tipologia dos recursos usados, destacando a
capacidade de cada uma das espécies na remoção de diferentes tipos de recurso/
combustível. Destacou-se a presença dos recursos espontâneos lenhosos na dieta dos
caprinos, evidenciado a forte aptidão desta espécie para o consumo destes.