A Doença da Tinta do Castanheiro, é considerada como uma das principais
causas do desaparecimento dos soutos. Phytophthora cinnamomi e P. cambivora são as
duas espécies associadas à Doença da Tinta do Castanheiro, sendo P. cinnamomi a
espécie preponderante na doença da tinta em Portugal. Os agentes patogénicos que
causam a Doença da Tinta no Castanheiro provocam uma situação de difícil solução,
pois estes possuem formas de sobrevivência e de disseminação que lhes permite
manterem-se no solo quase indefinidamente. Os meios de luta disponíveis para
combater as doenças provocadas por Phytophthora, não têm, até hoje, resolvido de
forma eficiente e duradoura os problemas sanitários das culturas e das florestas atacadas
por estes parasitas. Actualmente os fosfitos, sais ou os ésteres do ácido fosforoso, por
estarem associados com os mecanismos biológicos de resistência e induzirem na planta
mecanismos de defesa são uma forma alternativa no combate contra P. cinnamomi.
Com este trabalho estudou-se o efeito da aplicação foliar de fosfonato potássico
em plantas jovens de castanheiro que cresceram em substrato inoculado com
P. cinnamomi. Estudou-se ainda um método indirecto, por inoculação de P. cinnamomi
na parte aérea da planta, para determinar o efeito protector nas raízes e o efeito in vitro
do fosfonato potássico e fosetil-Al em diferentes isolados de Phytophthora e outros
fungos associados com o castanheiro.
Os resultados obtidos mostram que a aplicação foliar do fosfonato potássico,
protegeu as raízes dos castanheiros, não evidenciando as planta tratadas com fosfonato
potássico sintomas da Doença da Tinta. Todas as plantas que cresceram em substrato
inoculado com P. cinnamomi e sem aplicação foliar de fosfonato potássico
evidenciaram sintomas característicos da doença com epinastia e necrose das folhas. A
análise estatística evidenciou diferenças significativas entre tratamentos em todos os
parâmetros relacionados com as raízes. O peso seco das raízes secundárias foi o
parâmetro fisiológico mais afectado, tendo as plantas sem tratamento com fosfonato
potássico menor comprimento radicular e menor numero de raízes assim como grande
extensão de podridão radicular.
A protecção conferida pelo fosfonato de potássio avaliada por inoculação de P.
cinamomi na parte aérea da planta revelou que o comprimento da lesão é superior nas
plantas não tratadas com fosfonato potássico ao contrário do verificado em plantas não tratadas tendo sido considerado uma metodologia adequada para avaliar o efeito
protector da substância utilizada.
A análise da toxicidade in vitro revelou que os valores de EC50 variam entre 0,64
μg/ml e 31,56 μg/ml para P. cinnamomi e 9,92 μg/ml e 22,44 μg/ml para P. cambivora.
O fosetil-Al apresentou baixa toxicidade in vitro nas diferentes espécies de
Phytophthora.