Efeito de um outono sem precipitação na dinâmica da vegetação de um olival gerido com um coberto vegetal de leguminosas
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Em 14 de outubro de 2009 foi semeado um coberto de uma mistura de leguminosas anuais num olival de sequeiro em Suçães, Mirandela, NE Portugal. A mistura foi composta de 11 leguminosas pratenses de ressementeira natural, designadamente Ornithopus compressus L. cv. Charano; Ornithopus sativus Brot. cvs. Erica e Margurita; Trifolium subterraneum L. ssp subterraneum Katzn. e Morley cvs. Dalkeith, Seaton Park, Denmark e Nungarin; Trifolium resupinatum L. ssp resupinatum Gib e Belli cv. Prolific; Trifolium incarnatum L. cv. Contea; Trifolium michelianum Savi cv. Frontier; e Biserrula pelecinus L. cv. Mauro. A dose de sementeira consistiu em 1/11 da dose recomendada para cada uma das espécies individualmente. O sucesso da instalação foi elevado, tendo a vegetação semeada dominado o coberto desde o ano de instalação. Ocorreram também algumas dinâmicas internas entre a população semeada sendo a mais evidente o forte domínio do trevo-encarnado (Trifolium incarnatum L. cv. Contea) nos anos recentes. No fim do verão de 2011, o coberto sofreu uma falsa partida, motivada por uma forte chuvada do fim de agosto seguida de um longo período seco que levou à morte das plantas recém-germinadas e dificultou a instalação do coberto nesse ano agrícola. Contudo, o banco de sementes entretanto criado permitiu restabelecer o coberto no ano seguinte. Desde então, as espécies semeadas têm dominado o coberto com graus de cobertura superiores a 70 % no fim de março e superiores a 90% no início de maio. No outono de 2017 a seca estival prolongou-se até fim de novembro. Quando as primeiras chuvas chegaram, a temperatura era já bastante baixa e a germinação das leguminosas semeadas foi dificultada, bem como o desenvolvimento da fase roseta. No fim de março de 2018, a percentagem de cobertura pela vegetação semeada estava abaixo dos 50% e persistia 20 % de solo nu. Assim, seca estival prolongada, juntamente com chuvadas muito precoces seguidas de longos períodos secos (falsas partidas), parecem ser ameaças à persistência dos cobertos de leguminosas anuais. Este coberto já deu provas de poder superar falsas partidas. No próximo ano se verá se consegue também recuperar de uma má emergência e desenvolvimento inicial provocada pelo prolongar da seca estival até ao inverno.
Financiado no âmbito do PDR2020, Grupos Operacionais, Parceria 343, Iniciativa 278, Novas práticas em olivais de sequeiro: estratégias de mitigação e adaptação às alterações climáticas.