Estrutura da mesofauna num ensaio de produção de biomassa lenhosa para energia no Nordeste de Portugal: padrão espacial e relação com variáveis edáficas
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A produção de energia a partir de sistemas intensivos de biomassa lenhosa constitui uma alternativa
interessante para solos agrícolas abandonados. Um dos parâmetros de sustentabilidade destes sistemas é a
manutenção da biodiversidade do solo uma vez que a fauna edáfica desempenha funções ecológicas
importantes. Pretende-se neste estudo (1) analisar o padrão espacial da abundância da comunidade de
mesofauna e (2) relacionar a sua estrutura com variáveis edáficas num ensaio de biomassa lenhosa para
produção de energia num solo de uso agrícola do Nordeste de Portugal. A amostragem da mesofauna decorreu
na fase que antecedeu a instalação do ensaio constituindo assim o ponto de partida para avaliar a evolução
temporal da estrutura da mesofauna resultante da alteração do uso do solo. Em Outubro de 2007 recolheram-se
105 amostras de solo (cilindro de la cm de altura e 5 cm de diâmetro) distribuídas por 14 transectos. A
mesofauna foi retirada usando um extractor McFadyen e depois identificada por grandes grupos e o solo foi
analisado quanto ao teor de humidade, pH, % de matéria orgânica, % de carbono, % de azoto e C/No No total
das amostras foram quantificados 20719 indivíduos pertencentes a 19 taxa sendo os ácaros e os colêmbolos os
grupos dominantes, com uma abundância relativa de 82% e 15.4% respectivam ente. Os parâmetros de
abundância da mesofauna foram utilizados para analisar a distribuição espacial com base em métodos
geoestatísticos. Nenhuma das variáveis analisadas relativas à mesofauna indicou a existência de continuidade
espacial. A análise canónica de correspondência mostrou que os parâmetros químicos do solo explicam 16.2 %
do total da variabilidade encontrada nos taxa_ No entanto, não foram encontradas associações evidentes entre
as variáveis explanatórias (solo) e as variáveis de resposta (abundância), o que pode ser explicado pela história
recente de utilização agrícola intensiva deste solo com mobilizações frequentes que conduzem à
homogeneização de todos os parâmetros do solo e consequente destruição de um eventual padrão espacial.