Recursos e respostas pessoais dos profissionais de saúde dos cuidados continuados da região de trás-os-montes e alto douro para lidarem com o fim de vida
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A evolução da ciência e das tecnologias fez o Homem acreditar que podia controlar todos
os fenómenos, acreditando que podia ser imortal. Esta forma de pensar está muito vincada nos
profissionais de saúde, pois estes foram instruídos para lutarem pela vida a todo o custo, sendo a morte
vista como um fracasso a nível profissional.
Compreender como os profissionais de saúde vivenciam o processo de doença terminal e
morte, bem como conhecer que recursos pessoais são adotados para lidar com situações de fim de
vida.
Totalidade dos profissionais de saúde que exercem a sua atividade laboral nas
unidades de cuidados continuados da região de Trás-os-Montes e Alto Douro e que acederam
participar no estudo, num total de 293. Utilizou-se o questionário constituído por questões de
caracterização sociodemográfica e profissional da população e pelo Inventário de Recursos e
Respostas Pessoais (BPS/IRRP; Copyright, Automated Assessment, 1995; traduzido e validado para a
população portuguesa por McIntyre e Silvério).
A confiança no coping (78,9%) e os recursos espirituais/existenciais (75,5%) são as
dimensões com maiores scores observados, ao contrário do que se verificou na dimensão suporte
social (32,7%). Existem diferenças estatisticamente significativas nas variáveis ansiedade, confiança
no coping e índice crítico agudo e crónico. Os inquiridos com licenciatura apresentam um score
significativamente maior na ansiedade e no índice crítico agudo e crónico. Os inquiridos com
habilitações académicas mais elevadas (mestrado) apresentam um score de confiança
significativamente maior.
O BPS/ IRRP é um instrumento fiável para avaliar as respostas pessoais da população em
estudo. Neste estudo verificamos que os profissionais de saúde dos cuidados continuados da região de
Trás-os-Montes e Alto Douro necessitam de maior apoio ao nível dos recursos sociais para lidar com a
morte: O refúgio na espiritualidade pretende contornar esta questão. Assim, seria útil criar espaços de debate e formas de expressar vivências e dificuldades sentidas perante a doença terminal e a morte.