Avaliação da adesão à terapêutica em doentes crónicos Escala de Morisky Conference Paper uri icon

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  • A não adesão à terapêutica é um problema generalizado que contribui para o agravamento das doenças crónicas e o aumento das despesas com os cuidados de saúde. Objetivo: Apresentar uma revisão da literatura sobre o tema “Adesão à terapêutica” em doentes em ambulatório Metodologia: Foi efetuada uma pesquisa na base de dados Medline e foram utilizadas as combinações de palavras Medication, Adtherence e Outpatients para o período de 2010 a 2017. Foram encontradas 461 publicações, tendo sido incluídos apenas os artigos que adotaram a escala de Morisky Medication Adherence Scale (MMAS) para medir a adesão à medicação e os estudos desenvolvidos em contexto hospitalar. Para além disso, foram excluídos os artigos com terapêuticas não convencionais, nomeadamente, as que recorriam ao uso de plantas medicinais. De um total de 44 publicações, foi selecionada informação sobre o local, o período, o tipo de estudo, a patologia, a amostra (tipo e dimensão), a adesão à terapêutica, nomeadamente, taxa ou score (média) e fatores identificados como estando associados à não adesão terapêutica. Resultados: Foram analisadas 44 publicações das quais, 5 eram abstracts e 39 eram artigos completos. A distribuição geográfica das investigações foi a seguinte: Europa (27,3%), Ásia (25%), África (18,2%) e América (22,7%). A maioria dos estudos era de natureza transversal, descritiva e observacional (84,1%), no entanto alguns (15,9%) eram estudos de intervenção para avaliar a adesão ao tratamento antes e depois da intervenção (15,9%). Registou-se, ainda, a existência de 4 estudos multicêntricos. Na maioria dos estudos, foi utilizada a escala de Morisky com 8 itens (MMAS-8) e apenas 31,8% utilizou a escala mais curta com 4 itens (MMAS-4). A dimensão das amostras variou entre 34 a 2595 doentes crónicos e eram, na sua maioria (75%), não probabilísticas (conveniência). As patologias mais abordadas foram: Diabetes, hipertensão, retinopatia diabética e hipercolesterolemia (34,1%); doenças do foro psiquiátrico (25%), doenças cardiovasculares (18,2%), entre outras. Tendo em conta a variável “adesão à medicação”, 84,5% dos estudos utilizaram uma variável dicotómica (Adesão ou não adesão; boa adesão e adesão moderada a fraca). Os demais determinaram o score (média com desvio padrão associado). Na generalidade, a adesão foi baixa. Tendo em conta as taxas de adesão, as mais baixas foram registadas no tratamento da hipercolesterolemia (7,4%) e a mais elevada foi registada no tratamento da hipertensão em doentes com apneia (83%). De referir que o ponto de corte não se manteve igual em todas as investigações. Nos estudos em que foi determinado o score, este variou entre 0,9 a 2,2 (MMAS-4) e de 5,1 a 7 (MMAS-8). Por fim, os fatores mais referidos como estando associados à não adesão foram a idade, o esquecimento, a falta de apoio social, a complexidade da toma e o parar com a medicação quando o doente se sente melhor. Conclusão: A utilização da escala de Morisky, em vários estudos de adesão ao tratamento em doentes crónicos, mostrou que muitos doentes continuam a não cumprir o tratamento instituído, demonstrando a necessidade desenvolvimento de novos estudos em populações alvo, para identificar fatores responsáveis pela não adesão ao tratamento. A informação obtida junto de populações específicas permitirá a realização de intervenções dirigidas às barreiras identificadas pelos doentes para a falta de adesão ao tratamento.
  • FEDER/COMPETE 2020 [Projecto No. 006971 (UID/SOC/04011); Reference: POCI‐01‐0145‐FEDER‐006971]; UDI/IPG

publication date

  • January 1, 2017