Introdução: A prevalência da obesidade na infância tem implicações futuras na saúde e a televisão tem sido citada como um fator contribuinte, seja por incentivar o consumo de alimentos calóricos ou por conduzir ao sedentarismo. O estatuto socioeconómico dos encarregados de educação tem sido apontado como um determinante do comportamento alimentar, influenciando a prevalência do excesso de peso infantil. Objetivo: Analisar o impacto da exposição televisiva e das características sociodemográficas no Índice de Massa Corporal (IMC) infantil. Material e métodos: Estudo quantitativo, transversal e analítico, realizado numa amostra de 208 crianças, com uma média de idades de 7,99 ± 1,33. Foi aplicado um questionário adaptado de Vicente-Rodriguez et al. (2011), e foi realizada uma avaliação antropométrica a todas as crianças. Resultados: Constatou-se que 57,3% das crianças visualizam televisão
todos os dias e que 65,9% não possuem aparelho televisivo nos quartos. Observou-se uma correlação estatisticamente significativa entre o rendimento familiar e as horas de exposição televisiva à semana, no género masculino (p=0,018); entre o nível de instrução do encarregado de educação e o IMC, em ambos os géneros (p=0,043 no género masculino; e p=0,009 no género feminino); e entre o IMC e o número de elementos do agregado familiar, no género masculino (p=0,001). Conclusão: Nesta amostra de crianças, não houve correlações significativas entre o IMC e os dias ou horas de visualização televisiva, contudo, é necessário o estímulo de atividades que promovam um estilo de vida ativo, tendo em conta que a prevalência da obesidade infantil é elevada, na maioria dos países desenvolvidos. Observou-se uma relação
estatisticamente significativa entre as características sociodemográficas e o IMC, comprovando que são determinantes na saúde infantil.