Avaliação do "shrinkage" ao longo da secagem por convecção de castanha (Castanea sativa)
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Geralmente nos estudos que envolvem modelagem matemática da secagem por convecção de castanha (Castanea sativa), os frutos são aproximados a corpos esféricos e assume-se que a dimensão dos mesmos se mantém constante ao longo da secagem. Neste trabalho pretendeu-se encontrar um modelo que relacionasse, de forma simples e rápida, as dimensões axiais das castanhas com o diâmetro de esferas de volume equivalente e avaliar se o efeito de “shrinkage” era significativo ou não ao longo da secagem por convecção a diferentes temperaturas. Para tal, determinaram-se as dimensões axiais (a, b, c) e calcularam-se os diâmetros médios aritmético (Da) e geométrico (Dg), a esfericidade e os diâmetros das esferas equivalentes a castanhas da variedade “Longal”, utilizadas no presente trabalho. Procedeu-se posteriormente à sua secagem por convecção a diferentes temperaturas, designadamente a 40, 50, 65, 85 e 100ºC e avaliou-se o seu efeito nas dimensões dos frutos.
Verificou-se que os Da e Dg permitiram estimar os diâmetros das esferas equivalentes, x, através de dois modelos lineares: y=0,771x+0,730, r = 0,922 e y=0,814x+0,545, r = 0,916, respectivamente. Além disso, verificou-se que um modelo do tipo: diâmetro estimado pelo modelo = k1a + k2b + k3c + k4ab + k5bc + k6ac + k7(abc)n, também permitiu relacionar de forma adequada estes diâmetros estimados com os das esferas correspondentes (r = 0,949) demonstrando que as castanhas podem ser consideradas corpos esféricos com diâmetros estimados a partir das dimensões axiais, as quais são fácil e rapidamente determinadas.
Em relação à secagem por convecção a diferentes temperaturas, verificou-se um comportamento linear (r entre 0,834 e 0,997) entre as três dimensões axiais das castanhas com casca, avaliadas no início e no final de cada experiência, determinando-se na maior parte dos casos declives próximos de 1,0. Estes resultados indicam que as castanhas com a casca não sofrem um efeito de “shrinkage” significativo ao longo da secagem. Após calcular a proporção do fruto interno sem casca em relação ao fruto com casca ao longo das secagens a diferentes temperaturas, verificou-se que a mesma variou entre 78,3+4,3 e 89,2+4,6 % e que, para cada temperatura, se observou uma diminuição nessa percentagem ao longo do tempo, indicando que o fruto internamente sofreu efeito de “shrinkage” significativo à medida que foi secando.
Em conclusão, este trabalho permitiu verificar que no futuro ao realizar a modelagem da secagem por convecção da castanha pode aproximar-se a mesma a esferas com diâmetros estimados a partir de Da, Dg ou de outro modelo que seja adequado. No entanto, deve-se ter em conta a forma como a castanha se encontra, designadamente com ou sem casca, uma vez que o efeito de “shrinkage” poderá ser significativo na castanha sem casca.
No presente trabalho pretendeu-se avaliar o efeito da secagem por convecção a várias temperaturas nas dimensões de castanhas (Castanea sativa) da variedadc "Longal", de
forma a determinar se o "shrinkage" é significativo ou não ao longo da secagem e, dessa
forma, inferir da adequabilidade de se usar algumas equações na modelagem matemática
da secagem deste fruto, nas quais se assume que na dimensão se mantém constante.